Os embates intestinos da legenda, no entanto, deixaram expostos nesta segunda-feira, dia seguinte aos fatos, a profunda divisão no partido. De um lado, Marina Silva, e do outro, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (AP), que saiu vitorioso na votação.
Por Redação - de Brasília
O congresso nacional do partido Rede Sustentabilidade, concluído na véspera, deixou um resultado negativo para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Os filiados reelegeram a ex-senadora Heloísa Helena e Wesley Diógenes para o comando da sigla por 234 votos, contra 165 da chapa formada por Giovanni Mockus e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, indicados pela ex-candidata à Presidência da República.
Os embates intestinos da legenda, no entanto, deixaram expostos nesta segunda-feira, dia seguinte aos fatos, a profunda divisão no partido. De um lado, Marina Silva, e do outro, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (AP), que saiu vitorioso na votação. Durante o congresso, Marina foi alvo de críticas de correligionários; além de acusações de que teria oferecido cargos em troca de votos.
Bovino
Ao se dirigir à plenária, a líder de centro-direita tentou se defender e disse ter saído do evento “sangrando” por causa das acusações. A ministra usou a imagem de um “bisão”, um bovino de grande porte, sendo atacado por predadores por todos os lados, para descrever o seu sentimento.
— Ele é muito forte, muito grande, mas ele morreu. Neste momento, saio daqui sangrando — declarou.
E questionou ainda:
— Pergunto a cada um e a cada uma: alguma vez eu liguei para qualquer pessoa para insinuar sobre a honra de quem quer que seja aqui? Se disser que é verdade, é mentiroso. Taxações indevidas, insinuações que ferem honras e biografias. Já fui chamada de homofóbica, fundamentalista. Não é com rótulo, com conversinhas por trás, e palavras doces pela frente, que vamos ser diferentes.
Rótulo
Marina Silva é alvo de críticas na ala mais à esquerda do partido, que a acusa de ser “amiga de banqueiros”. Também relembram o apoio de Marina a Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno da eleição de 2014 contra Dilma Rousseff (PT).
— Esse partido tem lugar para a esquerda, tem lugar para quem não é de esquerda. E eu me digo sustentabilista progressista. O que se propõe tem lugar para minha irmã, tem lugar para mim, para vocês, para o jovem e um lugar para a primeira mulher indígena ser presidente de um partido — acrescentou.
— Eu jamais faria isso com quem quer que seja. Já fui chamada de homofóbica, fundamentalista. Não é com rótulo, com conversinhas por trás, e palavras doces pela frente, que vamos ser diferentes — concluiu.