Na véspera, um conjunto de entidades civis se manifestou a respeito do caso. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Conectas Direitos Humanos, Institutos Igarapé e Sou da Paz, Transparência Brasil e outras organizações assinam uma nota pública em que repudiam o episódio e qualificam as ameaças como “inaceitáveis” ao país.
Por Redação - de Brasília
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação da proposta que amplia o acesso de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) a armas e munições, inicialmente prevista para esta quarta-feira. O texto, no entanto, deve seguir no radar do governo Bolsonaro, autor da medida.
O comércio de armas, no país, tem sido incentivado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL)
O projeto foi aprovado em 2019 na Câmara dos Deputados e, desde então, tramita no Senado. O possível adiamento da votação nesta segunda Casa, já protelada também em outros momentos, deve-se às intensas faíscas que circundam a medida.
Especialistas e parlamentares de oposição temem a aprovação do texto. Entre os críticos, por exemplo, destacam-se senadores que defenderam o adiamento da apreciação do PL e relatam ter sofrido ameaças por conta disso. Eliziane Gama (Cidadania-MA), Simone Tebet (MDB-MS) e Eduardo Girão (Podemos-CE) vieram a público na semana passada para manifestar tentativas de intimidação ocorridas via internet.
Ameaças
O caso foi parar na Polícia Legislativa do Senado, que abriu inquérito para apurar os fatos e deve concluir as investigações dentro de 30 dias. O processo corre em sigilo. O anúncio das ameaças por parte dos senadores gerou reações.
Na véspera, um conjunto de entidades civis se manifestou a respeito do caso. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Conectas Direitos Humanos, Institutos Igarapé e Sou da Paz, Transparência Brasil e outras organizações assinam uma nota pública em que repudiam o episódio e qualificam as ameaças como “inaceitáveis” ao país.
— Primeiro, numa democracia não se ameaça ninguém que tenha um pensamento diferente do seu. É lei básica de convivência, cidadania, educação, urbanidade. Então, de forma geral, isso é grave — disse ao site de notícias Brasil de Fato (BdF) o gerente de Relações Institucionais do Instituto Sou da Paz, Felipe Angelim.
Ele menciona que a preocupação das entidades com as ameaças aumenta quando se considera que o país vive um ano eleitoral, quando se irão eleger presidente da República, governadores e parlamentares.