O deputado disse a jornalistas, nesta manhã, que a pauta ainda está pendente de conversa com o Republicanos, depois que o presidente da sigla, deputado Marcos Pereira (SP), passou por uma cirurgia cardíaca.
Por Redação – de Brasília
Embora o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), tenha marcado um encontro, na próxima semana, com os líderes do chamado ‘Centrão’ para discutir o Projeto de Lei (PL) que anistia condenados pelos atos de 8 de janeiro, entre eles o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), a tese já naufragou nesta sexta-feira.

O deputado disse a jornalistas, nesta manhã, que a pauta ainda está pendente de conversa com o Republicanos, depois que o presidente da sigla, deputado Marcos Pereira (SP), passou por uma cirurgia cardíaca. Nas contas do parlamentar, haveria votos suficientes com partidos do centro para incluir a proposta na pauta para votação em Plenário, na semana que vem. Mas o sentimento predominante na Casa, na avaliação do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), é de rejeição do assunto, por enquanto.
O acordo com o Republicanos seria fundamental para a votação do texto, uma vez que a sigla é a mesma de Motta (PB), justamente quem se pronunciou contrariamente ao debate sobre a anistia aos golpistas.
Proposta
Além da articulação do líder do PL, a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem feito reuniões com presidentes de partido para discutir a proposta. No dia seguinte à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por liderar o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, os integrantes do PL fizeram uma reunião com Bolsonaro, na terça-feira, no apartamento do deputado Luciano Zucco (PL-RS), em Brasília.
Mas a principal aposta da oposição para livrar o ex-presidente da cadeia, neste momento, ainda não teria votos suficientes para ser aprovada. Na avaliação de Motta, e até mesmo de parlamentares da oposição, a matéria seria derrotada se chegasse, agora, ao Plenário da Casa.
— Todo mundo sabe, sem dúvida alguma, que, se o projeto da anistia for para pauta hoje, será derrotado — disse um aliado de Motta, reservadamente.
Oposição
A avaliação de interlocutores do presidente da Câmara é que o próprio PL, partido de Bolsonaro, tem se segurado para não pressionar que o projeto entre em pauta neste momento. Um importante deputado da oposição disse a jornalistas, mais cedo, que a proposta ainda não tem apoio popular e a menor aderência assertiva dos partidos que integram o ‘Centrão’.
Embora tenha minimizado o golpe frustrado, ao dizer que não se tratou de uma tentativa violenta de ruptura da normalidade democrática, Motta tem repetido a interlocutores que pretende manter a serenidade quanto ao assunto. Embora não pretenda arquivar a proposta, somente a pautará se houver ampla maioria no colégio de líderes da Casa.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), contudo, foi mais assertivo ao se esquivar do tema, na véspera, ao afirmar que o projeto “não é assunto dos brasileiros”.