Assim, a onda de apoio começa a encher, mais de um ano antes do início da campanha eleitoral. Nesta sexta-feira, o governador do Maranhão, Flávio Dino, comemorou a citação de seu nome para vice na chapa presidencial de Lula, em 2022.
Por Redação - de São Paulo
Diante da pesquisa PoderData, realizada em nível nacional com 3,5 mil entrevistados nos últimos dias, que coloca o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 18 pontos a frente de Jair Bolsonaro (sem partido), em eventual segundo turno na disputa presidencial, o líder petista ganha velocidade na articulação da campanha por um terceiro mandato. O petista teria 52% contra 34% do atual presidente.
Assim, a onda de apoio começa a encher, mais de um ano antes do início da campanha eleitoral. Nesta sexta-feira, o governador do Maranhão, Flávio Dino, comemorou a citação de seu nome para vice na chapa presidencial de Lula, em 2022.
— Vice de Lula? Claro que seria uma honra, se fosse convidado — afirmou Dino, a jornalistas.
Ultradireita
Ao comentar uma possível composição de chama como vice de Lula, Dino lembrou que não se trata de uma decisão pessoal.
— Depende mais da vontade dos outros que da sua. Jamais me oferecerei para ser vice porque seria no mínimo falta de educação. Claro que seria uma honra, se fosse convidado. Mas não é algo que você acorde pensando nisso. Sou muito pé no chão, aqui, agora, realista, com senso prático. Tanto que construo hoje uma candidatura ao Senado no próximo ano aqui pelo Maranhão — acrescentou Dino.
De qualquer forma, o quadro ainda está indefinido. Lula considera até a possibilidade de ser ele o vice de alguém, se esse movimento facilitar a negociação de uma frente ampla pela derrota das forças de ultradireita, no país. Lula disse nesta manhã, a alguns aliados, que não descarta a ideia.
Argentina
A prioridade, segundo o ex-presidente, é derrotar Jair Bolsonaro. Se outro nome se destacar com maior chance de vitória, este candidato deverá se candidatar como o nome principal do partido, embora entre os petistas e mesmo no campo da centro-esquerda nenhuma outra opção tenha se apresentado, no horizonte, capaz de atrair mais votos que o líder popular.
A hipótese de Lula ser vice-presidente repete uma solução encontrada na argentina, onde Cristina Kirchner concorreu ao lado do atual presidente, Alberto Fernández. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é o maior defensor da ideia. Recentemente, o pedetista lembrou que a ex-presidente argentina, mesmo "tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar".
Enquanto não há um desenho mais nítido quanto ao cenário eleitoral, porém, os aliados de Lula tratam de acumular energia. A estratégia em curso tem o foco na negociação de apoios a candidatos de partidos como o PSD, MDB e PSB nos Estados, tendo como contrapartida o apoio ao ex-presidente em sua tentativa em retornar ao Planalto em 2022.
Negociações
O entendimento entre líderes do partido é que, ao contrário das eleições de 2020, quando o partido lançou candidaturas em 21 das 26 capitais, no próximo ano o partido deve apostar em alianças com candidatos do campo de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
— Está claro nas últimas intervenções de Lula que a melhor estratégia é repetir o perfil da candidatura de 2002, abrindo espaço para partidos do centro democrático — avaliou o senador Paulo Rocha (PT-PA), junto a interlocutores.
Na outra ponta, há espaço para negociações em Estados em que o PT costuma compor com partidos aliados, caso de Alagoas e Amazonas, e nos Estados onde a legenda já esteve mais aguerrida, mas perdeu espaço nos últimos anos, caso de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Acre.