Publicamente, bolsonaristas mais arraigados ainda defendem a tese de que o ex-mandatário neofascista poderá reverter a inelegibilidade.
Por Redação – de Brasília e São Paulo
Diante da possível condenação de Jair Bolsonaro (PL) no julgamento que passará a enfrentar semana que vem, no Plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), quando deverá passar à condição de réu no processo, aumenta a pressão para que indique um sucessor às eleições de 2026. Inelegível e sob o risco de uma longa sentença de prisão, Bolsonaro tem perdido apoio de aliados até mesmo dentro de seu partido.

Publicamente, bolsonaristas mais arraigados ainda defendem a tese de que o ex-mandatário neofascista poderá reverter a inelegibilidade. Mas, nos bastidores, muitos já admitem que há um esforço em curso, no campo da direita e extrema direita, para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja indicado como candidato ao Palácio do Planalto, no ano que vem.
A tentativa de convencimento passa por um esforço coletivo de advogados e políticos aliados ao ex-presidente, para que perceba a real situação que enfrenta, junto ao STF. Até mesmo o ministro André Mendonça, indicado à Corte pelo ex-presidente, tem sido citado como ponte para aplicar um “choque de realidade” em Bolsonaro sobre o risco de ser preso, por um longo período.
Derrotas
Entre os aliados, pelo humor errático do ex-mandatário, poucos se sentem à vontade para discutir com ele o cenário eleitoral de 2026. Um grupo restrito de políticos, amigos e familiares devem ser escalados, nos próximos dias, para convencê-lo a aceitar a derrota final, segundo apurou a mídia conservadora.
Apenas quatro nomes são citados como capazes de convencer o ex-presidente a mudar a dinâmica de 2026: o pastor Silas Malafaia; a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro; o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ); e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), com quem o ex-presidente mantém uma boa relação desde que deixou o comando do país.
No STF, Bolsonaro tem passado por uma série de derrotas e todos os pedidos da defesa de Bolsonaro têm sido negados. Os advogados pediram, sem sucesso, a extensão do prazo de resposta; além do impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino.