Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Agência denuncia ataques na fronteira Líbano-Síria, rota de refugiados

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Sexta, 25 de Outubro de 2024 às 13:06, por: CdB

Esses ataques, observou Rula, pioram a crise de refugiados e deslocados que começou há um ano, mas que se agravou em setembro com a intensificação das hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah.

Por Redação, com Lusa – de Beirute

A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) denunciou nesta sexta-feira repetidos ataques de Israel a instalações na fronteira entre Líbano e Síria, onde milhares de pessoas tentam fugir do conflito e procurar segurança.

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Milhares de pessoas passam pela região para fugir do conflito

– É uma grande preocupação para o Acnur, porque reduz a capacidade da população de fugir da violência e procurar segurança – disse a porta-voz da agência, Rula Amin, em entrevista concedida em Amã para jornalistas em Genebra.

Ela lembrou que um quinto da população libanesa (aproximadamente 1 milhão de pessoas) abandonou suas casas devido ao conflito. Cerca de 430 mil pessoas atravessaram a fronteira do Líbano para a Síria, 70% das quais são refugiadas sírias e o resto libanesas.

Foram ainda detectados até 19 mil refugiados libaneses que atravessaram o sul da Síria e chegaram ao Iraque, disse Rula.

A porta-voz adiantou que um desses ataques de Israel ocorreu hoje de manhã, obrigando o fechamento da passagem de Jusiyah, no norte, e outro nas últimas horas na rota de Masna, a principal passagem fronteiriça entre o Líbano e a Síria, por ligar por estrada as capitais dos dois países, Beirute e Damasco.

– Aconteceu a 500 metros do escritório de imigração, e a cratera podia ser vista das instalações construídas pelo Acnur para que as pessoas pudessem descansar enquanto a papelada era tratada – explicou.

Crise de refugiados e deslocados

Esses ataques, observou Rula, pioram a crise de refugiados e deslocados que começou há um ano, mas que se agravou em setembro com a intensificação das hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah.

– A maioria dos deslocados está dentro do Líbano, para onde as pessoas fogem até de cidades que antes eram consideradas seguras como Tiroh, mas que agora sofrem ataques intensos – afirmou.

– Testemunhamos enorme devastação nas cidades fronteiriças, mas também em cidades como Tiroh ou Nabatieh, onde a possibilidade de pessoas deslocadas e refugiados poderem regressar às suas casas após o conflito está fortemente ameaçada – adiantou.

Rula Amin salientou que os abrigos para deslocados, que as autoridades libanesas criaram nas escolas e em outras instalações, já estão lotados, e por isso muitas pessoas têm grande dificuldade de encontrar locais seguros diante das dificuldades econômicas.

– Os refugiados sírios e outras famílias vulneráveis não têm outra escolha senão dormir ao ar livre – concluiu.

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