A segurança presidencial, especificamente, um núcleo da Abin que sempre operou com baixo custo, foi inflado no governo do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) e rebatizado como ‘Inteligência de Proteção’, sob o organograma do Departamento de Operações de Inteligência.
Por Redação – de Brasília
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não tem acompanhado mais as viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desde março deste ano, por uma alegada falta de recursos para o envio de agentes e o consequente rastreamento de dados sensíveis à segurança e ao desenvolvimento do país, frente ameaças internas e externas.
A segurança presidencial, especificamente, um núcleo da Abin que sempre operou com baixo custo, foi inflado no governo do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) e rebatizado como ‘Inteligência de Proteção’, sob o organograma do Departamento de Operações de Inteligência. No atual governo, porém, mesmo com o decreto que manteve a divisão sob as asas do Departamento de Operações de Inteligência, a atribuição foi praticamente toda transferida para a Polícia Federal (PF).
No papel, compete ao setor “planejar, coordenar, executar e supervisionar ações de inteligência de proteção relacionadas a eventos e a viagens nacionais e internacionais do presidente da República, observadas as competências dos demais órgãos”, entre outras atribuições. Em meados de março deste ano, a atual direção da agência cortou a verba para a área e retirou as ferramentas de inteligência.
Golpe
Nestes últimos nove meses, a equipe de agentes de inteligência que permanecia nos locais para onde o presidente se deslocou, antes durante e depois dos compromissos em solo brasileiro e no exterior, permanece completamente ocioso.
Na leitura de um analista político, que acompanha de perto as movimentações no setor de inteligência do governo, atribui o distanciamento da Abin aos acontecimentos relativos ao golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro, quando houve a participação direta de agentes da autarquia nos atos levados adiante na tentativa de interromper o processo democrático do país.
Para garantir a segurança do presidente Lula, no entanto, a PF destacou o setor voltado à inteligência de proteção presidencial e de ministros, que é vinculado a Diretoria de Proteção à Pessoa, criada em 2023, após o levante golpista.