Após o assassinato de Marighella pelas forças da ditadura militar, Clara viveu no exílio, em Cuba. Retornou ao Brasil em 1979, época em que ajudou na construção do PT e se filiou ao partido.
Por Redação – de São Paulo
Militante histórica da esquerda brasileira, morreu nesta segunda-feira aos 100 anos de idade a ativista Clara Charf, ex-companheira do guerrilheiro Carlos Marighella. Clara estava internada em estado grave há uma semana. Desde jovem, Clara esteve ligada a lutas sociais e militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), legenda a que se filiou aos 21 anos.

Após o assassinato de Marighella pelas forças da ditadura militar, Clara viveu no exílio, em Cuba. Retornou ao Brasil em 1979, época em que ajudou na construção do PT e se filiou ao partido. Nascida em 17 de julho de 1925, a militante celebrava o seu centenário este ano.
Clara foi candidata a deputada estadual em 1982, pelo Partido dos Trabalhadores, recebeu 20 mil votos, mas não se elegeu. Mesmo nas últimas décadas, manteve-se ativa em campanhas, manifestações e encontros políticos, sendo reconhecida como uma das figuras mais importantes da esquerda brasileira.
Movimento
Em 2005, Clara Charf passou a coordenar no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, que nasceu na Suíça. A ideia foi promover a indicação coletiva de mil mulheres para o Prêmio Nobel da Paz daquele ano.
Clara Charf, primogênita de três filhos, nasceu em 25 de julho de 1925, em Maceió (AL), após seus pais, judeus russos, deixarem a Europa em busca de refúgio. Seu pai, Gdal, trabalhava como mascate, mas, mesmo com as dificuldades, Clara teve a oportunidade de estudar inglês e aprender piano.
Em 13 de maio de 2019, a militante recebeu o título de cidadã paulistana da Câmara Municipal de São Paulo. Ela viveu no bairro paulistano do Bom Retiro, na maior parte de sua vida.