Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ucrânia: impacto da guerra é chocante

Arquivado em:
Quarta, 07 de Dezembro de 2022 às 16:51, por: CdB

Ao terminar sua viagem de quatro dias na Ucrânia, onde visitou algumas das cidades alvos de bombardeios pelos russos, o alto comissário da ONU Volker Turk declarou que o sofrimento de milhões de ucranianos não deve ser aceito pelo mundo como uma nova normalidade.

Por Rui Martins, Genebra
DIRETO-RUI-MARTINS-1-625x351-300x168.jpg
Alto Comissário da ONU se considera chocado com o que viu na Ucrânia
O alto comissário da ONU de Direitos Humanos denunciou o impacto arrasador e chocante da guerra, com mais de 17 milhões de pessoas necessitando de ajuda humanitária e um terço da população tendo sido obrigada a deixar suas casas. O que viu na cidade de Izium, disse Volker Turc, foram danos e destruição. Agora Volker se preocupa com todos que terão de viver o longo, escuro e frio inverno, já que os cortes de eletricidade, impedindo iluminação e calefação, são frequentes e se prolongam por horas. "O prognóstico é muito preocupante", disse Türk, acrescentando que seu escritório continua recebendo relatórios de crimes de guerra "todos os dias". “Continuam a surgir informações sobre execuções sumárias, tortura, detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados e violência sexual contra mulheres, meninas e homens”, observou. Relatório da ONU sobre mortes de civis A visita do Alto Comissário coincide com a divulgação de um novo relatório sobre as mortes de civis pela Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia. O relatório documenta a execução de 441 civis nas três regiões do norte do país - Kyiv, Chernihiv e Sumy - que estavam sob controle russo até o início de abril. A Missão de Monitoramento de Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia também está trabalhando na investigação de outros assassinatos nessas áreas, bem como em partes das regiões de Kharkiv e Kherson, antes de serem retomadas pelas forças ucranianas, disse Türk. Alguns foram mortos “enquanto cortavam lenha ou compravam mantimentos”, observou o chefe de direitos humanos da ONU, acrescentando que existem “fortes indícios de que as execuções documentados no relatório constituem crime de guerra por homicídio doloso”. A única solução é a paz Como resultado direto da invasão russa de 24 de fevereiro, 17,7 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e 9,3 milhões precisam de alimentos e ajuda para subsistência, disse Volker Türk. Acrescentou que 7,9 milhões de pesoas deixaram o país - a maioria mulheres e crianças - e 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas internamente. De 24 de fevereiro a 4 de dezembro de 2022, o escritório de direitos humanos da ONU registrou 17.181 vítimas civis confirmadas na Ucrânia: 6.702 mortos e 10.479 feridos. Diante desse quadro aterrador, o alto comissário declarou "deixe-me enfatizar que a maneira mais eficaz de impedir que a série de crueldades continue é acabar com esta guerra sem sentido – de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional”, insistiu o Alto Comissário. "Meu desejo mais fervoroso é que todos os ucranianos desfrutem do direito à paz." Por Rui Martins, de Genebra (com ONU News)
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo