Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Taxa de juros tende a permanecer nos níveis atuais, apostam analistas

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Segunda, 29 de Julho de 2024 às 18:33, por: CdB

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou nova desaceleração em julho, para 0,30% — acima das expectativas de 0,23% do mercado. Os preços do grupo alimentação e bebidas aliviaram o índice, com recuo de 0,44%, enquanto transportes tiveram alta de 1,12%. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve ganho de 4,45%, enquanto o mercado esperava 4,38%.

Por Redação, com Bloomberg – de São Paulo

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve manter a taxa Selic nos atuais 10,50% ao ano na reunião desta quarta-feira, segundo agentes do mercado financeiro. Eles preveem uma decisão por unanimidade. A expectativa é corroborada por levantamento recente da agência norte-americana de notícias Bloomberg com 19 economistas.

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A queda na taxa básica de juros da economia brasileira repercute nas contas públicas

O comitê, por sua vez, deve emitir comunicado mais duro com relação à deterioração do cenário econômico, sinalizando possibilidade de alta na Selic em decisões futuras, de acordo com especialistas consultados pela Folha.

Na última reunião, em 19 de junho, o Copom obteve consenso para interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros, ainda que sob pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma redução.

 

Patamar

Até então, a taxa havia passado por seis reduções de 0,5 ponto percentual e uma de 0,25 ponto, o que a levou para o menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava fixada em 9,25% ao ano. Para a reunião desta quarta-feira, pesa na decisão do órgão a deterioração de expectativas de inflação, incertezas com relação à capacidade de cumprir o arcabouço fiscal (a nova regra para as contas públicas aprovada no ano passado) e um câmbio mais desvalorizado.

— Os modelos do Banco Central provavelmente apontarão para uma inflação ainda elevada nos próximos dois anos, e isso dificulta a redução da Selic — disse Thaís Zara, economista sênior na LCA Consultores, ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, nesta manhã.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou nova desaceleração em julho, para 0,30% — acima das expectativas de 0,23% do mercado. Os preços do grupo alimentação e bebidas aliviaram o índice, com recuo de 0,44%, enquanto transportes tiveram alta de 1,12%. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve ganho de 4,45%, enquanto o mercado esperava 4,38%.

O centro da meta oficial para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Economistas consultados pelo Banco Central (BC), por sua vez, voltaram a prever inflação maior, com a expectativa para o IPCA passando de 4% para 4,05% neste ano, segundo último ‘Boletim Focus’.

 

Rodadas

A mesma pesquisa mostrou que a expectativa sobre a taxa Selic permanece estável em 10,5% para este ano, em 9,5% para 2025 e em 9% para 2026 e 2027. Até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária, o Copom tem mais três rodadas de reuniões — 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.

Nesse intervalo, o órgão pode decidir por uma nova alta na taxa básica, na avaliação de Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

— Teremos muita turbulência pela frente e o câmbio vai ficar mais alto do antes, o que, junto com o fiscal mal encaminhado, pressiona a inflação. Por conta disso, o risco é o Banco Central ter que subir a Selic este ano. A possibilidade de alta é maior do que a de baixa — resumiu.

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