Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

As tais redes sociais e a imagem de cada um

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Quarta, 07 de Novembro de 2018 às 07:41, por: CdB

A relação entre as redes sociais (e o aplicativo WhatsApp) e a luta política tem sido mais do que debatida, sobretudo a partir do mau uso feito na última campanha eleitoral, disseminando notícias falsas.

Por Luciano Siqueira - de Brasília Vale também atentar para as suas implicações na vida de cada um de nós, simples usuários. Principalmente para quem usa o Facebook e o Instagram, toda atenção é pouca.
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Vale também atentar para as suas implicações na vida de cada um de nós, simples usuários
Mas nem sempre amigos e amigas que os usam se dão conta disso. Não se apercebem que se expõem publicamente — com todos os atrativos e riscos. Por exemplo, em processos seletivos, seja por empresas privadas, seja na esfera pública para a ocupação de postos em governos, a consulta ao perfil do pretendente ao cargo nas redes sociais é hoje quase uma norma. O pressuposto é: “Mostra-me o que publicas e eu te direi quem és.” Uso regularmente as redes Facebook, Twitter e Instagram e o aplicativo WhatsApp, além de manter canal próprio no YouTube. Razoável grau de exposição pessoal, reconheço, ainda que a tônica das minhas postagens não seja de caráter íntimo. Porém concessões tenho feito, até porque se me eximir de registros pessoais — tipo cenas do meu trabalho cotidiano, relações de amizades e que tais — os amigos sentem falta, pelo "espírito big brother" que reina entre os seguidores. É como se as pessoas dissessem: “Tudo bem, sei o que você pensa, gosto das fotos que você faz e dos textos que escreve, mas quero saber algo do seu cotidiano como cidadão comum.” Dentro de certos limites, preservando a própria privacidade, que a cada um cabe decidir, quando se pretende preservar as amizades via internet, e até ampliá-las, o jeito é atender em certa medida a esse reclamo. Isto posto, aqui e acolá me preocupam algumas situações em que alguém nitidamente se expõe, fazendo postagens cujo teor pode suscitar percepções distorcidas sobre a sua real personalidade e comportamento. Torna-os vulneráveis num ambiente competitivo, em que fluem a disputa por espaços, o ciúme e a maledicência. Entretanto, uma vez advertidas do quanto é inadequada uma ou outra postagem, pela forma e pelo conteúdo, as pessoas tendem a subestimá-las. "Meus amigos sabem do que estou falando e que não sou o que possa estar parecendo ser", retrucam. Ora, se as redes sociais alcançassem só os amigos íntimos não seriam "redes sociais", nem teriam a amplitude e a audiência que hoje têm. Para o bem e para o mau. De toda forma, resta a hipótese de que eu é que seja ainda tímido em demasia ou antiquado ou até preconceituoso, e valha mesmo o "liberou geral" e cada um deva se expor como bem entender. Será? Luciano Siqueira, é médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB. As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil.
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