Contra falta de moradia e revisão de Plano Diretor sem participação popular, manifestantes se reuniram na manhã desta terça-feira, em São Paulo. Em luta pelo direito à cidade, o protesto se realizou contra os despejos que vêm ocorrendo durante a pandemia.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Na noite de segunda-feira, o juiz Antônio Carlos Santoro Filho, da 11ª Vara Cível do Fórum de Santo Amaro, determinou o despejo de mais de 600 famílias de ocupação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na região do Jardim Novo Horizonte, Zona Sul da cidade de São Paulo. O terreno ocupado é uma Zona Especial de Interesse Social, segundo o Plano Diretor de São Paulo, e por isso deveria servir para habitação popular, mas estava abandonado há mais de 50 anos, em uma das áreas mais adensadas e pobres da cidade. A ocupação é formada por centenas de famílias despejadas durante a pandemia, agravada pelo desemprego explosivo, pela fome e pela falta absoluta de política habitacional. Apesar do longo tempo de abandono, a ordem de despejo que afeta mais de 600 famílias foi publicada em tempo recorde: uma hora após o pedido ser apresentado. “Além de desumana, a decisão é arbitrária e ilegal já que viola decisão do Supremo Tribunal Federal na ADPF 828. O MTST seguirá lutando na justiça e principalmente nas ruas para suspender o despejo”, afirmou em nota o movimento.