A febre oropouche compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
Por Redação, com ABr – de Brasília
O Ministério da Saúde investiga as 3 primeiras mortes suspeitas para febre oropouche no Brasil. São 2 casos na Bahia e um em Santa Catarina. Uma ocorrência chegou a ser investigada no Maranhão, mas foi descartada.
A pasta informou que, para se confirmar uma morte pela doença, é preciso uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.
Em 2023, foram confirmados 832 casos da doença. Em 2024, até esta terça-feira, já são 7.236 casos em 16 Estados:
Amazonas
Bahia
Ceará
Espírito Santo
Minas Gerais
Maranhão
Mato Grosso
Pará
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rondônia
Roraima
Santa Catarina
Tocantins
Paraná
Também estão em investigação casos no Ceará e no Mato Grosso do Sul.
Febre oropouche
A doença é causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense, já a transmissão é feita principalmente por mosquitos.
Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
A febre oropouche compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
Alerta
No último sábado, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) emitiu um alerta epidemiológico sobre possíveis casos de transmissão do vírus Oropouche de mãe para filho durante a gestação.
Em um caso recente, uma gestante em Pernambuco apresentou sintomas de Oropouche durante a trigésima semana de gestação, resultando na morte do feto. Outro caso notificado no mesmo estado resultou em aborto espontâneo em outra gestante.
A Opas alerta para a necessidade de implementação de medidas de prevenção e controle de mosquitos e outros insetos transmissores nos países da América. A agência enfatiza a importância de precauções, especialmente entre gestantes, para evitar picadas de mosquito.
Internação de criança por vírus respiratório
Três Estados da região Norte, Amapá, Roraima e Pará, registram tendência de aumento na internação de crianças pequenas por vírus respiratórios nas últimas seis semanas. A informação está no Boletim InfoGripe, acompanhamento semanal feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) identificados pelo estudo, divulgado na quinta-feira, são causados principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. O VSR acomete com muita frequência os primeiros meses de vida dos bebês e leva a casos como bronquiolite, doença que começa com febre, tosse, igual a outras doenças respiratórias, mas que progride para um quadro de cansaço e insuficiência respiratória.
O boletim da Fiocruz destaca ainda que estados do Sudeste, à exceção do Rio de Janeiro, apresentaram nas últimas seis semanas tendência de alta no número de internações para tratamento de infecções causadas pelos vírus influenza (gripe), vírus sincicial respiratório e rinovírus.
No entanto, o levantamento identifica que no país como um todo, há a manutenção da tendência de queda nos casos. A análise abrange dados até a semana epidemiológica 28, de período de 7 de junho a 13 de julho.
A Fiocruz aponta que a covid-19, causada pelo vírus Sars-CoV-2 circula no país em níveis baixos, porém, em se tratando de idosos, é a primeira causa de internação por SRAG e segunda maior causa de mortes por SRAG. A análise registrou leve aumento da atividade da covid-19 em alguns estados do Norte e Nordeste, com destaque para Ceará, Piauí e Amazonas.
A Fiocruz reforça a importância da vacinação contra a covid-19 e influenza por todas as pessoas elegíveis.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o VSR é o maior causador de internação por SRAG, com 38,8% dos casos, seguido pelo Influenza A (21,5%), covid-19 (8,7%) e Influenza B (1%). Já em relação às mortes, a principal causa é o Influenza A, com 40,7% dos casos, seguido pelo Sars-CoV-2 (26,2%).
No ano, o Brasil tem 97.469 casos de SRAG, sendo 47.401 (48.6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. O maior causador é o VSR, com 45% das notificações. Cerca de 7,6 mil casos esperam resultado laboratorial.
Em relação a mortes registradas por SRAG, são 5.982, sendo 3.243 (54.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. O vírus maior causador de óbitos é o da covid-19, representando 55% dos casos.