Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

‘Sardinhas’ levam milhares às ruas da Itália, em protesto contra neofascista Salvini

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Domingo, 19 de Janeiro de 2020 às 14:07, por: CdB

O ato tem como objetivo evitar uma vitória da extrema direita no pleito que será realizado no próximo domingo na região, um histórico feudo da esquerda italiana.

 
Por Redação, com Ansa - de Bolonha, Itália
  Milhares de seguidores do movimento das "sardinhas" estão reunidos neste domingo em uma praça de Bolonha, capital da região da Emilia-Romagna, no norte da Itália, em um ato contra a campanha do ex-ministro do Interior Matteo Salvini (Liga) para as eleições de 26 de janeiro.
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Os integrantes do movimento 'Sardinhas' lutam contra o neofascismo, que ameaça a República Italiana
— Será o dia da virada para a política italiana. Já vencemos ao trazer as pessoas de volta às praças, despertando o senso cívico — disse Mattia Santori, um dos criadores do grupo ao diário italiano La Repubblica. O ato tem como objetivo evitar uma vitória da extrema direita no pleito que será realizado no próximo domingo na região, um histórico feudo da esquerda italiana. — Se Salvini perdesse, seria perturbador, já que a derrota teria sido ajudada por uma força de rua que gastou zero euros — ressaltou o líder do grupo.

Jerusalém

O movimento tem se espalhado por todo o país, lotando praças e ruas com manifestantes "espremidos como sardinhas". Os protestos têm viés abertamente progressista e levantam bandeiras contra o fascismo e em defesa de migrantes e do meio ambiente. Será uma praça de música e palavras, nossa maneira de aproximar os cidadãos da política. Falaremos sobre paz, discriminação, homofobia e não violência", finalizou Santori. (ANSA) Na tentativa de se aproximar do público judeu, Salvini afirmou, nesta manhã, que reconhecerá Jerusalém como a capital de Israel caso se torne primeiro-ministro. A declaração foi dada durante entrevista ao jornal "Israel Ha-Yom", na qual pediu que a União Europeia (UE) "proíba" o movimento pró-palestino Boicote Desinvestimento e Sanções (BDS).

Inimigos

O BDS busca aumentar a pressão política e econômica sobre Israel. Segundo Salvini, o ódio por Israel é um crime perigoso e é preciso mudar essa cultura. — Temos que começar a trabalhar nas escolas, entre os jovens. Posso lhe dizer que as instituições europeias não são amigas de Israel. Acho que não devemos nos concentrar nessas instituições, mas nas novas gerações — explicou Salvini. Ele ressaltou, ainda, que "aqueles que querem apagar o Estado de Israel devem saber que somos seus inimigos". — Israel é um aliado. Isso deve ser ensinado nas escolas e universidades — acrescentou.

Mobilizados

Poucos dias após uma conferência do Senado italiano sobre antissemitismo, Salvini, considerado próximo ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda reiterou à publicação que a Liga "não tem vínculos com organizações políticas", como CasaPound, Forza Nuova e Fiamma, definidas pelo jornal “antissemitas". Ao ser questionado sobre o ressurgimento do antissemitismo na Europa, tema que será discutido em Jerusalém nos próximos dias 22 e 23 de janeiro por ocasião do 75º aniversário da libertação de Auschwitz, o ex-vice-premier ressaltou que isso está relacionado ao "fortalecimento do extremismo islâmico e do fanatismo nos últimos anos". — É muito importante enfatizar que isso está ligado ao fato de que certos elementos do mundo acadêmico e da mídia são mobilizados contra Israel e eles criam ódio contra Israel para justificar o antissemitismo — disse.

Antissemitismo

O secretário da Liga recordou a existência de movimentos políticos nazistas e comunistas e afirmou que "a presença massiva de imigrantes de países muçulmanos contribui para a disseminação do antissemitismo também na Itália". — Há um antissemitismo da extrema direita e da extrema esquerda — afirmou. Pensamos em Jeremy Corbyn ou ativistas de esquerda na Alemanha que não querem ser como os nazistas e ainda se veem boicotando produtos israelenses", denunciou.
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