Enchentes em março prejudicaram fábricas, comércios e serviços em bairros da capital. Com grande parte das atividades ainda não retomada, manifestantes temem desemprego.
Por Redação, com RBA e ABr - de São Paulo
Em manifestação realizada na manhã desta quinta-feira, empresários, comerciantes, prestadores de serviços, trabalhadores e moradores da região da Mooca (Zona Leste) e Ipiranga (Sul), na capital paulista, cobraram obras de melhorias urbana por parte do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB.
Em 10 e 11 de março, a região, uma das dezenas que foram atingidas pelas chuvas que caíram sobre a capital paulista naqueles dias, registrou diversos pontos de alagamento, prejudicando fábricas, serviços e lojas, depois que o rio Tamanduateí transbordou, devido sobretudo à falta de manutenção das bocas de lobo e da ausência de políticas de infraestrutura. Reportagem da RBA, à época, indicou que a gestão Doria e Covas, à frente da administração municipal, usaram um terço das verba de combate a enchentesem 2017 e 2018.
– As empresas foram afetadas em um volume catastrófico, que nós calculamos, a partir do que os empresários levantaram, em torno de RS 1 bilhão de prejuízo – afirmou João Neto, que falou em nome dos empresários. "Os governos estadual e municipal não nos ofereceram ajuda e nem mandaram representantes, então nós fizemos essa manifestação para manutenção dos postos de trabalho", completou.
Segundo estimativa dos organizadores, quase 5 mil pessoas compareceram ao ato seguido de passeata, que teve início às 6h e término por volta das 9h, com percurso iniciado na avenida Henry Ford e encerrado na avenida Capitão Pacheco Chaves, percorrido sem tumultos.
Os manifestantes temem que com a falta de auxílio, o processo de desindustrialização e desempregoseja acelerado na região. De acordo com o representante dos empresários, em decorrência dos prejuízos das enchentes, um mês após a tragédia, há empresas que ainda não retomaram nem 70% das atividades.
– Nós estamos vivendo o caos no Brasil – disse o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Jorge Carlos de Morais, o Arakém, que cobrou amparo do poder público aos setores atingidos. "Não há uma política de incentivo às empresas de pequeno e médio porte, uma política industrial, de proteção. Então nós estamos 'largados' por partes do governo municipal, estadual e federal."