A defesa de Medrades pediu, ainda, que caso a diretora tenha que comparecer, ela tenha garantido o direito de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade, ao silêncio e de ausentar-se da sessão caso julgue necessário.
Por Redação - de Brasília
A agenda da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid teve sua agenda alterada, para esta semana, após os advogados da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, ingressarem com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ela não compareça ao interrogatório. A oitiva da executiva pelo colegiado estava marcada para esta terça-feira, mas poderá ser cancelada nas próximas horas.
A defesa de Medrades pediu, ainda, que caso a diretora tenha que comparecer, ela tenha garantido o direito de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade, ao silêncio e de ausentar-se da sessão caso julgue necessário.
AstraZeneca
Emanuela Medrades foi a representante da Precisa junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno da aquisição da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech, em janeiro deste ano.
O reverendo Amilton de Paula, que deporia na quarta-feira, também notificou a CPI da Covid, nesta manhã, dizendo que não poderá comparecer à sessão marcada para ouvi-lo. Amilton recebeu permissão do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca em nome do governo.
De acordo com integrantes da CPI, o reverendo apresentou atestado médico de 15 dias, a contar a partir de 9 de julho. O motivo seria uma crise renal.
Radical
Diante da pressão, na CPI, segundo o pesquisador brasileiro David Nemer, que monitora todos os dias a atividade de dezenas de comunidades bolsonaristas, percebeu que está havendo uma radicalização ainda mais grave. Para o pesquisador, o cenário vai além da desinformação, "que sempre existiu na política”.
Naquilo que ele vem chamando de um comportamento de "milícias digitais", há o uso indiscriminado de plataformas sociais, baseadas em algoritmos, para induzir escolhas e reduzir debates e liberdade de pensamento, financiadas por grupos de empresários e verbas que seriam de gabinetes parlamentares, apontou em entrevista à agência alemã de notícias DW Brasil.