Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Possível demissão de ministra do Turismo abre crise na base aliada

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Segunda, 12 de Junho de 2023 às 14:00, por: CdB

Apesar dos desentendimentos com parcela da base aliada, tanto Waguinho quanto a mulher dele não ameaçam abandonar o apoio ao governo Lula. Os dois trabalharam intensamente em favor do presidente neste segmento religioso e na Baixada Fluminense, reduto eleitoral de Jair Bolsonaro (PL), na reta final da campanha presidencial de 2022.


Por Redação - de Brasília

Prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ), tem sido enfático na defesa da permanência da principal aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Baixada Fluminense. Ele e Lula reuniram-se, nesta segunda-feira, para conversar sobre a permanência dela no cargo, diante do abalo na base aliada ao governo, no Congresso.

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A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, tem o cargo ameaçado por exigência do União Brasil


Em entrevista a um canal de TV por assinatura, nesta tarde, Waguinho afirmou que Lula foi alertado para o risco de a saída de Daniela Carneiro beneficiar diretamente a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), uma vez que ambas atuam fortemente no segmento de mulheres evangélicas, especialmente no Rio.

— Vai entregar de bandeja (potencial político) a Michelle — afirmou.

Apesar dos desentendimentos com parcela da base aliada, tanto Waguinho quanto a mulher dele não ameaçam abandonar o apoio ao governo Lula. Os dois trabalharam intensamente em favor do presidente neste segmento religioso e na Baixada Fluminense, reduto eleitoral de Jair Bolsonaro (PL), na reta final da campanha presidencial de 2022.

A ministra foi a deputada mais votada do Estado e o marido deixou o União Brasil para se filiar ao Republicanos. Daniela briga na justiça para deixar o partido e não perder o mandato. O Rio, base eleitoral de Bolsonaro, perderia um representante no governo, posto que o favorito para assumir o posto de Daniela é Celso Sabino (União-PA).

Comando

Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta manhã que uma eventual saída da ministra Daniela Carneiro do Ministério do Turismo é "mais pertinente" por se tratar de uma pasta que está sob indicação da União Brasil. Entretanto ele disse considerar a troca no Ministério da Saúde, hoje sob o comando de Nísia Trindade, "no campo do desejo de quem está pedindo (a saída)”.

As duas mudanças na Esplanada estão em discussão, por pressão de partidos no Congresso, onde o governo ainda enfrenta dificuldades de formar uma base fidelizada. A União Brasil tem demandado o cargo de Daniela, enquanto o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), cobiça a Saúde.

— Tem a questão do Turismo, por conta da mudança do partido (de Daniela). Essa é mais pertinente. A da Saúde, sinceramente, acho que por enquanto está no campo do desejo. De quem está pedindo. A (mudança) no Turismo tem uma lógica, que é você dizer que as pessoas estão lá representando o partido. Não estou defendendo que ela saia, mas, na medida em que confirmado o fato que ela pediu para sair do partido, é óbvio que o partido vai dizer que era a nossa representação e não é mais — acrescentou.

O senador petista disse ainda não ter conversado com o presidente Lula (PT) sobre eventuais trocas nos ministérios e que vê muita especulação no tema.

Cúpula

A declaração ocorreu pouco antes da cerimônia de assinatura do decreto do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, política com objetivo de garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental, nesta manhã.

  

Daniela é um dos três nomes indicados pelo União Brasil para a Esplanada de Lula. A entrega das pastas do Turismo, Comunicações, além da Integração e do Desenvolvimento Regional, porém, não foi suficiente para atrair integralmente a legenda, que se declara independente, para a base do petista.

Integrantes da União Brasil, em especial da Câmara, passaram a defender a ida de Celso Sabino para a pasta de Daniela. O deputado federal do Pará conta com apoio da cúpula da legenda.

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