No documento, um relatório da Sportradar reporta que a movimentação em casas de apostas indicava que apostadores detinham conhecimento prévio de que determinada equipe perderia o primeiro tempo da partida por pelo menos dois gols.
Por Redação, com ABr – de Brasília
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira a Operação Jogo Limpo. É para apurar o que a corporação se refere como uma possível manipulação de resultado de partida de futebol, realizada no interior de São Paulo, pelo campeonato brasileiro da série D.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão – expedidos pela Justiça de São Paulo – nas cidades de Patrocínio (MG), São José do Rio Preto (SP), São Paulo, Rio de Janeiro, Tanguá (RJ) e Nova Friburgo (RJ).
Em nota, a PF informou que a investigação começou por meio de ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No documento, um relatório da Sportradar reporta que a movimentação em casas de apostas indicava que apostadores detinham conhecimento prévio de que determinada equipe perderia o primeiro tempo da partida por pelo menos dois gols.
A Sportradar é uma companhia privada que atua na detecção de fraudes relacionadas a apostas e identificação de manipulação de resultados esportivos, com sede na Suíça. Desde 2005, a empresa desenvolve serviços para ajudar federações esportivas, autoridades estaduais e agências de aplicação da lei em todo o mundo a combater a corrupção no esporte.
“De acordo com a empresa, 99% da tentativa da rotatividade no mercado de ‘totais de gols do primeiro tempo’ nesta partida foram para tal resultado”, destacou a corporação. “Durante o jogo, verificou-se que a equipe visitante sofreu três gols ainda no primeiro tempo, sendo um deles contra.”
Parceria
Segundo o comunicado, são alvos da operação integrantes e ex-integrantes de uma das equipes. “Segundo apurado, determinada empresa teria firmado parceria com um dos clubes e vários jogadores por ela agenciados foram contratados. A investigação visa apurar a influência de tais pessoas no resultado da partida”.
Ainda segundo a Polícia Federal, trata-se, em tese, de crimes contra a incerteza do resultado esportivo, com condutas tipificadas na Lei Geral do Esporte e penas de dois a seis anos de reclusão.
A PF informou atuar no caso mediante autorização expressa do Ministro da Justiça e Segurança Pública, “tendo em vista a repercussão nacional do caso, que exige repressão uniforme”.
Intercâmbio de informações
Na nota, a Polícia Federal destacou ter firmado, com a Sportradar, um memorando de entendimento para intercâmbio de informações relevantes no combate à corrupção no esporte. O acordo de cooperação permite que a corporação tenha acesso a análises relacionadas à integridade esportiva em mercados de apostas, além de indicativos de manipulação de eventos esportivos.
Os nomes das equipes e das pessoas envolvidas na fraude não foram divulgados.