Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Plástico destrói paraíso ambiental no Sri Lanka

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Terça, 25 de Janeiro de 2022 às 10:25, por: CdB

Desastre desencadeou enorme esforço de limpeza. A Marinha do Sri Lanka e a Autoridade de Proteção do Meio Ambiente Marinho (Mepa) reuniram cerca de 50 mil habitantes, principalmente mulheres, para recolher nurdles e outros detritos.

Por Redação, com ABr - de Colombo

Praias douradas do Sri Lanka estão cobertas por pequenas bolhas de plástico, depois do incêndio e naufrágio do cargueiro X-Press Pearl há vários meses. Destroços da embarcação continuam a provocar estragos ambientais e econômicos.
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Pequenas bolhas cobrem praias após naufrágio de cargueiro
A areia dourada deu lugar a milhares de pequenas bolhas de plástico, chamadas de nurdles, que estão aparecendo ao longo da costa da ilha por centenas de quilômetros. A Organização das Nações Unidas (ONU) considerou o naufrágio do X-Press Pearl, em maio de 2021, o “maior derramamento de plástico” da história, com cerca de 1.680 toneladas de nurdles lançadas ao oceano. A maioria foi parcialmente queimada e contaminada com produtos químicos e detritos, o que representa ameaça à vida marinha e à comunidade local. Turista inglês afirmou ao The Guardian que quando levou a família de férias para o país, os “filhos queriam nadar e brincar nas praias. Mas a areia era preta e parecia inseguro nadar”. Desastre desencadeou enorme esforço de limpeza. A Marinha do Sri Lanka e a Autoridade de Proteção do Meio Ambiente Marinho (Mepa) reuniram cerca de 50 mil habitantes, principalmente mulheres, para recolher nurdles e outros detritos. Já foram recolhidos 60 mil sacos de 50 quilos. Mulheres removem pequenas bolhas de plástico com máquinas trommel, peneiras rotativas semelhantes a tambores, que filtram partículas da areia. Só na praia de Sarakkuwa, moradores recolhem, em média, de 80 a 100 quilos de detritos por dia. – Elas terminaram a limpeza da superfície, mas as nurdles estão agora enterradas na areia, a cerca de dois metros de profundidade. A maioria está queimada e é formada de pequenas partículas difíceis de remover com peneira ou trommel – disse ao jornal Hemantha Withanage a diretora e ambientalista do Centro de Justiça Ambiental do Sri Lanka. Segundo Hemantha Withanage, “as nurdles foram armazenadas em sacos de polietileno, em vez de recipientes rígidos, o que facilitou o derramamento”.

Resíduos tóxicos

O país quer que partículas sejam declaradas resíduos tóxicos e apresentou à Organização Marítima Internacional proposta para regular transporte marítimo de pellets de plástico, que será debatida ainda neste ano. No entanto, isso não ajudará a economia do Sri Lanka. Em 2019, antes da pandemia, turismo representava 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e aproximadamente a terceira maior fonte de divisas. Hotéis de luxo estão limpando suas praias privativas. A pesca é outra fonte de rendimento do país, mas a poluição provocada pelo incêndio e naufrágio do X-Press Pearl provoca queda de rendimento. A maioria dos pescadores ficou sem trabalho durante vários meses, e o governo pouco ajudou, afirmou Withanage. Segundo a ambientalista, “as autoridades esqueceram que a pesca está sendo feita em águas contaminadas. Efeitos nocivos somam-se ao pedido de indenização para que o governo use fundos para ajudar os pescadores”.
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