Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Pesquisadores descobrem nova espécie de dinossauro

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Quarta, 29 de Março de 2023 às 12:09, por: CdB

Os fitossauros viveram no Triássico em quase todos os continentes (além da Antártica e Oceânia) e assemelham-se aos crocodilos. Viveram como os répteis atuais, mas não estão intimamente relacionados com eles.


Por Redação, com RTP - de Lisboa


A vida pré-histórica no planeta Terra se torna cada vez mais rica. Desta vez, foi descoberto o fóssil de um réptil, parecido com um crocodilo, do Triássico Superior (primeiro período da Era Mesozoica), com mais de 215 milhões de anos. A descoberta foi feita por um estudante de doutorado e um professor, ambos da Nova School of Science & Technology - FCT NOVA, que anunciaram mais esse achado de uma época em que gigantes animais povoavam o planeta.




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Descoberta feita em 2012 só agora foi anunciada

A descoberta da nova espécie de fitossauro foi feita nos sedimentos dos rios e lagos em Jameson Land, na Groenlândia, por um grupo de especialistas da Dinamarca e Alemanha, numa expedição internacional em 2012, do qual o estudante Víctor López-Rojas e o professor Octávio Mateus faziam parte


Apesar de ter ocorrido há cerca de dez anos, a descoberta só agora foi oficializada com a publicação no Journal of Vertebrate Paleontology.



Parente dos crocodilos


Os fitossauros viveram no Triássico em quase todos os continentes (além da Antártica e Oceânia) e assemelham-se aos crocodilos. Viveram como os répteis atuais, mas não estão intimamente relacionados com eles.


A diferença é que "esses répteis têm o nariz retraído para a parte posterior do crânio, perto dos olhos", diz Víctor López-Rojas, o primeiro autor do estudo. Essa recolocação modificou o crânio em diferentes formas que permitem aos paleontólogos classificar as suas espécies.


O fóssil foi encontrado por Octávio Mateus em conjunto com os colegas da expedição. De acordo com o professor, o “local produziu pelo menos quatro fitossauros numa única camada, o que é raro e espetacular".


Outras expedições paleontológicas à Groenlândia Oriental têm sido feitas desde o início do século 19, mas apenas em 2012 e 2016 foram encontrados os primeiros restos de fitossauros.


Com o nome científico Mystriosuchus alleroq, os fósseis encontrados incluem porções do crânio, mas principalmente de ossos pós-cranianos.


Os restos de pelo menos quatro animais, desde bebês a jovens e adultos maduros, permitiram aos cientistas da universidades NOVA, de Lisboa, de Copenhague, do Geomuseum Faxe, da Dinamarca, e da Universidade de Bonn, bem como do Museu de História Natural Bamberg, da Alemanha, comparar não só a relação entre espécies para identificá-la como nova, mas também sobre a sua ontogenia - processo biológico de desenvolvimento dos organismos.


Com a descoberta, Víctor López-Rojas estuda a evolução e o estilo de vida dos fitossauros da Europa. Eles têm características em seus membros e vértebras que levam à ideia de que eram mais aquáticos e diferentes dos norte-americanos, como estudos recentes começaram a mostrar.


A nova espécie da Groenlândia está intimamente relacionada com os fitossauros europeus.


A descoberta enquadra-se em estudos anteriores sobre as afinidades entre as faunas da Groenlândia Oriental e da Europa no fim do Triássico, com novas espécies de anfíbios gigantes, peixes ou dinossauros primitivos e, agora, o fitossauro Mystriosuchus alleroq.


A espécie pode ser vista no Museu da Lourinhã, em Portugal , bem como no GeoCenter MonsKlint, na Dinamarca.


Os primeiros dinossauros chegaram à Groenlândia Oriental aproximadamente ao mesmo tempo, transformando a paisagem num verdadeiro Parque Triássico.



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