Aviões de guerra israelenses retomaram os bombardeios em Gaza, fazendo com que os civis palestinos fugissem em busca de abrigo, após o colapso da trégua de uma semana que acabou sem nenhum acordo para prorrogá-la.
Por Redação, com Reuters - de Gaza
A Organização das Nações Unidas (ONU) lamentou a retomada das operações militares em Gaza, descrevendo as hostilidades como "catastróficas" e pedindo às partes que garantam a manutenção de um cessar-fogo duradouro.
Aviões de guerra israelenses retomaram os bombardeios em Gaza, fazendo com que os civis palestinos fugissem em busca de abrigo, após o colapso da trégua de uma semana que acabou sem nenhum acordo para prorrogá-la.
– A retomada das hostilidades em Gaza é catastrófica – disse Volker Turk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
– Peço a todas as partes e aos Estados com influência sobre elas que redobrem os esforços imediatamente, para garantir um cessar-fogo por motivos humanitários e de direitos humanos.
Em post na plataforma X, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que lamenta a retomada das hostilidades e espera que uma nova pausa possa ser estabelecida.
– O retorno às hostilidades só mostra como é importante ter um verdadeiro cessar-fogo humanitário – afirmou.
Apelando por pausa duradoura nos combates, o Unicef descreveu a inércia em Gaza como aprovação da matança de crianças.
– Um cessar-fogo duradouro precisa ser implementado – disse James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), aos repórteres por meio de um link de vídeo de Gaza.
– A inação, em sua essência, é uma aprovação da matança de crianças. É imprudente pensar que mais ataques contra o povo de Gaza levarão a algo diferente de carnificina.
Guerra recomeça
Sirenes de foguetes soaram no Sul de Israel nesta sexta-feira, quando a guerra recomeçou depois que uma trégua de uma semana acabou sem nenhum acordo para prorrogá-la.
Quando o prazo expirou, jornalistas da Reuters em Khan Younis, no sul de Gaza, viram áreas do leste sob intenso bombardeio, enviando colunas de fumaça para o céu. Os moradores saíram às ruas em busca de abrigo.
No norte do enclave, a principal área de guerra durante semanas, enormes nuvens de fumaça subiram acima das ruínas, vistas do outro lado da cerca em Israel.
Apenas duas horas após o término da trégua, autoridades de saúde de Gaza informaram que 35 pessoas já haviam sido mortas e dezenas ficaram feridas em ataques aéreos que atingiram pelo menos oito casas.
Médicos e testemunhas disseram que os bombardeios foram mais intensos em Khan Younis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e também atingiram casas nas áreas central e norte.
"Com a retomada dos combates, enfatizamos: o governo israelense está empenhado em atingir os objetivos da guerra, libertar nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente ameaça para os moradores de Israel", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O Hamas afirmou que Israel é responsável pelo fim da trégua, por ter rejeitado os termos para libertar mais reféns e estendê-la.