Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Marcha da Maconha completa 15 anos em protesto por ‘liberação já’

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Sábado, 17 de Junho de 2023 às 18:20, por: CdB

Do Masp, o ato seguiu pela Avenida Paulista e desceu a Rua da Consolação para terminar na Praça da República, no Centro da cidade. O objetivo foi reafirmar o posicionamento pelo fim da guerra às drogas e seu compromisso com os direitos humanos de todas as pessoas.


Por Redação - de São Paulo

A 15ª Marcha da Maconha, realizada neste sábado em São Paulo, ganhou as ruas da cidade com o tema "Antiproibicionismo por uma questão de classe - Reparação por necessidade”. A concentração começou às 14h20 no vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e a caminhada teve início às 16h30, continuando até o início desta noite.

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Os manifestantes pela liberação da maconha marcharam pelo Centro de São Paulo


Do Masp, o ato seguiu pela Avenida Paulista e desceu a Rua da Consolação para terminar na Praça da República, no Centro da cidade. O objetivo foi reafirmar o posicionamento pelo fim da guerra às drogas e seu compromisso com os direitos humanos de todas as pessoas.

A marcha exibiu os já tradicionais bandeirão e "maconhaço", uma ação visual de impacto na saída do ato e intervenções ativistas na concentração. Também participam movimentos sociais parceiros, como os Guarani Mbya, da Terra Indígena Jaraguá; residentes, ativistas e trabalhadores da redução de danos que atuam na Cracolândia, no Centro de São Paulo; um grupo da Marcha das Favelas, do Rio de Janeiro; o bloco LGBTQIA+ e o bloco Feminista; além do bloco terapêutico, formado por pacientes e familiares que fazem uso medicinal da cannabis.

Antirracista


Um dos integrantes da Marcha da Maconha, Luiz Fernando Petty lembrou que o tema resgata o conceito do fim da proibição das drogas e de todas as decorrências disso, o fim da guerra às drogas, o direito ao próprio corpo e o fim das prisões pelo tráfico dessas substâncias.

— E é pela reparação em um conceito antirracista, pensando nas pessoas que sofreram no meio dessa guerra e em como corrigir isso, nem que seja incluindo-os em um futuro mercado de legalização das drogas no Brasil. A partir do momento em que se legaliza as drogas, a gente vai ter todo um processo de anistia para quem foi preso vendendo. E essas pessoas vão sair da prisão e têm que ser levadas em consideração em um projeto de sociedade que as inclua — afirmou Petty.

Entre os participantes esteve ainda a presidente da Cultive - Associação de Cannabis e Saúde, responsável pelo bloco terapêutico. Cidinha é mãe da Clárian, portadora da Síndrome de Dravet, também conhecida como Epilepsia Mioclônica Grave da Infância (EMGI), doença progressiva, incapacitante e que não tem cura.

Óleo de cannabis


A doença caracteriza-se por crises epilépticas que podem durar horas e atraso do desenvolvimento psicomotor e cognitivo. O óleo de cannabis, hoje produzido por ela e pelo marido, Fábio Carvalho, transformou a vida da filha, que começou a consumir a substância aos 10 anos e hoje tem 20 anos de idade.

Cidinha contou que começou a se interessar pela cannabis ao ver que o óleo estava dando bons resultados no tratamento de um caso internacional igual ao da filha. Nesse momento, iniciou a luta para conseguir o produto e apenas em 2016 conseguiu permissão na Justiça para produzir. A necessidade a fez estudar o assunto e para entender o que a cannabis poderia fazer por sua filha.

— A marcha foi o primeiro grupo que nos acolheu para que pudéssemos nos manifestar. Nós somos a primeira família. Nós começamos a participar da Marcha da Maconha em 2014, levamos toda a família para participar e para achar várias famílias. A partir de lá, realmente, eu vi que a marcha é um manifesto, porque ela abraça e acolhe todos os coletivos e acaba sendo um símbolo de luta por direitos humanos. A partir daí, nasceu o bloco terapêutico com várias mães participando, e hoje a ala está enorme — resumiu Cidinha.

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