O presidente Lula disse que, para resolver a crise da fome, é necessário garantir que haja dinheiro circulando entre o povo mais pobre.
Por Redação - de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) realizada nesta terça-feira, prometeu que ao final do seu terceiro mandato, a fome será um assunto superado no país.
— É a primeira reunião em que a gente está assumindo publicamente o compromisso de que ao terminar o meu mandato, no dia 31 de dezembro (de 2026), a gente não vai ter mais ninguém passando fome por falta de comida nesse país. Esse é um compromisso que nós temos que cumprir. Daqui para frente é muito trabalho e pouca conversa — afirmou.
Lógica
O presidente disse ainda que, para resolver a crise da fome, é necessário garantir que haja dinheiro circulando entre o povo mais pobre.
— Não pode faltar vontade. O mundo não teria que ter fome, porque já produz alimento suficiente. Qual é o problema da fome? É a falta de dinheiro. Tem uma parte que se perde entre o campo e a cidade, mas, no fundo, a essência é que falta dinheiro — pontuou.
De acordo com o chefe de Estado brasileiro “enquanto tiver dinheiro circulando na mão do pobre e ele puder comprar, todo mundo vai querer produzir para vender”.
— É uma coisa lógica. Agora, quando as pessoas não têm para comprar, as pessoas não se sentem estimuladas para produzir. Precisamos ter consciência de que o problema não é falta de alimento. É falta de recurso para as pessoas terem acesso ao alimento. Obviamente que falta recurso para a melhoria da qualidade da produção, o aumento da produção. Tudo isso a gente pode melhorar — acrescentou.
Instrumentos
Lula pontuou também que seu governo dispõe de todos os instrumentos básicos para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.
— O nosso problema só não dará certo se a gente virar burocrata, preguiçoso e não trabalhar. Temos todos os instrumentos para acabar com a fome nesse país. Temos o presidente da República, temos o ministro da Fazenda, temos a ministra do Planejamento, do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia, da Agricultura. Nós temos tudo. Então, daqui a algum tempo, eu vou cobrar de vocês, e vocês cobrem de mim, por que é que a gente não conseguiu o sucesso que a gente queria? Por que a gente não atingiu todo mundo? Por que ainda tem gente com fome? — assinalou.
O líder popular adiantou que qualquer empecilho relacionado à política de alimentação será resolvido pessoalmente por ele.
— Burocracia atrapalha para cacete e enche o saco. Você tem muito mais gente para colocar obstáculo do que para facilitar. Tem muito mais gente para dizer não. Eu conheço bem a máquina pública e se o cidadão tiver má vontade, aí juntou a fome e a vontade de comer — observou.
Honra
Segundo o presidente “é importante que a gente não permita que nenhum problema burocrático, que qualquer instância do governo crie problema. Quando tiver um problema atrapalhando, por favor, essa coisa é resolvida na mesa da Presidência da República. Acabar com a fome é a prioridade zero nesse país”.
— A gente não tem o direito de desrespeitar as pessoas que passam fome nesse país. Criança desnutrida não pode esperar, pessoas que não tomam café e não almoçam não podem esperar. É um compromisso de honra nosso. É um compromisso de fé. É um compromisso de vida a gente acabar com essa maldita doença chamada ‘fome’, que não deveria existir em um país agrícola como o Brasil — concluiu.