Como presidente ou ex-presidente, Lula participa da comemoração de fim de ano dos trabalhadores da catação de materiais recicláveis desde 2003. Em apenas três ocasiões não esteve em pessoa ao lado das catadoras e catadores. Ainda assim, se fez presente em palavras.
Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manterá, neste Natal, uma tradição que já dura 18 anos. Líder absoluto nas intenções de voto dos eleitores para as eleições presidenciais do ano que vem, Lula participa, nesta quarta-feira, do Natal dos Catadores. O evento, organizado anualmente pelo Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável, será realizado na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco, no centro da capital paulista.
Como presidente ou ex-presidente, Lula participa da comemoração de fim de ano dos trabalhadores da catação de materiais recicláveis desde 2003. Em apenas três ocasiões não esteve em pessoa ao lado das catadoras e catadores. Ainda assim, se fez presente em palavras.
Em 2011, quando se tratava de um câncer na laringe, Lula enviou uma mensagem pela presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), que esteve com os catadores. No dia seguinte, Dilma levou ao ex-presidente um presente de Natal produzido pelos trabalhadores da reciclagem.
Olhar especial
No Natal de 2018, quando estava preso em Curitiba, enviou uma carta aos catadores, na qual afirma que, como presidente, faz questão de estar todos os anos no evento para lembrar que um governo “deve cuidar de todos, mas ter um olhar especial para quem precisa mais, para o trabalhador”.
Em um trecho da carta, ele registra um momento especial: “Eu nunca vou esquecer minha emoção com o depoimento de uma companheira catadora, no último ano do meu segundo mandato, que disse que o mais importante que eu fiz para ela foi ela ter orgulho da profissão dela, de andar de cabeça erguida, de ter dignidade. Era para isso que eu queria ser presidente: para matar a fome do povo, dar oportunidade, dignidade e autoestima”.
Em 2020, com o evento em formato virtual por conta da pandemia, Lula enviou uma carta. Nela, o ex-presidente lamenta que o Brasil esteja enfrentando dois vírus, o da covid-19 e o da estupidez, mas deixa uma mensagem de esperança, que ainda segue válida. “Tenham certeza que esse mal também irá passar e voltaremos a ter a solidariedade, não o egoísmo, a felicidade, não a tristeza, a inteligência, não a grosseria, a esperança, não o medo, guiando os destinos do nosso país”, disse Lula, no Natal passado.
Muita tristeza
Lula, em recente pronunciamento, voltou a citar que a fome é uma realidade avassaladora no Brasil. Recente estudo divulgado pela Unicef aponta que 72% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família (aniquilado no governo de Jair Bolsonaro e substituído pelo Auxílio Brasil) passaram fome durante a pandemia da covid-19.
A pesquisa corrobora os dados do Ministério da Saúde que mostram que apenas 26% das crianças brasileiras de 2 a 9 anos fazem 3 refeições ao dia no Brasil de Bolsonaro.
No levantamento realizado pelo organismo internacional, intitulado Alimentação na Primeira Infância: conhecimentos, atitudes e práticas de beneficiários do Bolsa Família, 72% das famílias entrevistadas afirmaram que ao menos uma criança com idade de 0 a 5 anos e 11 meses que reside na casa deixou de fazer alguma refeição ou não comeu quantidade suficiente de comida porque não havia dinheiro para comprá-la.
A fome fez com que 35% das crianças de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família não ingerisse a quantidade necessária de ferro para a idade, e que 46% não tenha consumido vitamina A de maneira suficiente.
Serviço
Natal dos Catadores com Lula
Dia: 22/12/2021
Hora: 14h
Local: Quadra do Sindicato dos Bancários. R. Tabatinguera, 192