Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Lula comemora resultado da balança comercial: surpreendente

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Sexta, 07 de Junho de 2024 às 19:03, por: CdB

Embora o presidente tenha usado um tom entusiástico, o resultado permanece em linha com o saldo positivo de US$ 8,55 bilhões projetado por analistas, em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters. Ainda, o superávit registrado no mês passado é 22,3% menor do que o observado em maio de 2023, quando houve superávit comercial de US$ 11 bilhões.

Por Redação – de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou, em nota divulgada em uma rede social nesta sexta-feira, os dados da balança comercial de maio, divulgados na véspera. Lula considerou o resultado surpreendente, até para aqueles que chamou de pessimistas.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está confiante no futuro econômico do país

“E os pessimistas sendo surpreendidos novamente”, escreveu Lula ao comentr uma notícia sobre os números da balança comercial de maio, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que mostraram superávit de US$ 8,53 bilhões.

Embora o presidente tenha usado um tom entusiástico, o resultado permanece em linha com o saldo positivo de US$ 8,55 bilhões projetado por analistas, em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters. Ainda, o superávit registrado no mês passado é 22,3% menor do que o observado em maio de 2023, quando houve superávit comercial de US$ 11 bilhões.

 

Horizonte

Os dados do MDIC mostraram, ainda, queda de 1,9% nas exportações e aumento de 7,5% nas importações. O relatório do MDIC demonstra que o saldo comercial acumulado de janeiro a maio foi de US$ 35,89 bilhões de dólares, 3,9% maior do que o observado no mesmo período de 2023.

Analistas financeiros também comentavam, nesta manhã, que o aumento de gastos promovido pelo governo e o maior patamar dos juros na economia interna e no cenário internacional colocaram o chamado déficit nominal em um ângulo perigoso para as contas públicas.

O indicador, que reflete o balanço entre receitas e despesas mais o custo com juros da dívida pública, chegou a 9,41% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado no acumulado em 12 meses, até abril. Trata-se do maior patamar desde janeiro de 2021, quando a situação das contas ainda refletia os impactos da pandemia de covid-19.

 

Dívida

Em valores absolutos, o déficit nominal alcançou R$ 1,066 trilhão em 12 meses até abril, dos quais R$ 792,3 bilhões (ou 74%) são juros da dívida pública. Os dados são do Banco Central (BC), atualizados pela XP Investimentos sem os efeitos da inflação.

Outros R$ 274,1 bilhões vêm do déficit primário (que exclui a conta de juros e aponta de forma mais direta o saldo entre receitas e despesas com políticas públicas).

Técnicos do governo ponderam que o valor inclui o pagamento de precatórios (sentenças judiciais) que haviam sido adiados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por isso, na visão desses interlocutores, é preciso adotar cautela nas comparações com o quadro na época da pandemia.

 

Juros

A taxa básica de juros da economia (Selic) encontra-se, atualmente, em 10,5% ao ano, decorrente de um ciclo de queda iniciado em agosto de 2023, quando a taxa básica de juros estava estacionada em 13,75% ao ano para ajudar o Banco Central no combate à inflação.

Em janeiro de 2021, quando o déficit nominal alcançou o pico de R$ 1,308 trilhão, a conta de juros somava R$ 402,8 bilhões (30% do total), em valores já corrigidos. Os números do setor público consolidado incluem governo federal, Estados, municípios e suas estatais (exceto os grupos Petrobras e Eletrobras).

Segundo o Tesouro Nacional, 45% da dívida interna brasileira, denominada em reais, está atrelada à Selic. Por isso, qualquer oscilação na taxa impacta automaticamente a conta de juros do governo.

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