Presidente norte-americano vê "sinal claro" para tal possibilidade e afirma que quanto mais "contra a parede" o líder russo ficar, maior a severidade das táticas que ele pode empregar na guerra contra a Ucrânia.
Por Redação, com DW - de Washington
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou na segunda-feira alegações de que a Rússia está considerando empregar armas químicas e biológicas na Ucrânia. Biden afirmou que o Kremlin insiste em acusações de que a Ucrânia possui armas biológicas e químicas e que os Estados Unidos estariam estocando tais armas na Europa. Segundo o presidente norte-americano, isso seria um "sinal claro" de que o próprio presidente russo, Vladimir Putin, está considerando o uso dessas armas. Putin está "contra a parede", disse Biden, sugerindo que o pior ainda está por vir na Ucrânia. "Ele não estava esperando a extensão ou a força da nossa unidade [do Ocidente]. E quanto mais suas costas estiverem contra a parede, maior a severidade das táticas que ele pode empregar." Comunicados difundidos pelo governo dos EUA e de outros países do Ocidente neste mês já haviam alertado para a possibilidade de Moscou empregar armas químicas e biológicas, após a Rússia acusar a Ucrânia de ter intenção de esconder um suposto programa de armas químicas respaldado pelos EUA. – Agora que a Rússia fez essas falsas alegações (...) todos deveríamos olhar com atenção para a possibilidade de que a Rússia use armas químicas e biológicas na Ucrânia – advertiu no Twitter a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Em meados de março, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou acusações apresentadas pela Rússia sobre o suposto desenvolvimento de armas químicas por parte da Ucrânia, com ajuda dos Estados Unidos. Moscou acusou Washington de financiar pesquisas com armamentos químicos em solo ucraniano. O embaixador russo na ONU, Vassili Nebenzia, acusou Kiev de manter uma rede de 30 laboratórios que desenvolvem "experimentos biológicos extremamente perigosos", com o objetivo de disseminar "patógenos virais", como cólera, antraz e outros, através de morcegos. A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que a Rússia "fabrica alegações sobre armas químicas ou biológicas para justificar seus próprios ataques violentos ao povo ucraniano". "A intenção por trás dessas mentiras parece bem clara, e é profundamente perturbadora", afirmou. Na segunda, Biden também reiterou que uma ação desse tipo desencadearia uma resposta "severa" dos aliados do Ocidente. Putin "sabe que haverá severas consequências por conta da frente unida da Otan", afirmou, sem especificar que medidas seriam adotadas pela aliança. Além disso, Biden alertou sobre possíveis ataques cibernéticos russos a instalações norte-americanas como retaliação às sanções econômicas contra Moscou. "Isso faz parte da cartilha da Rússia", afirmou. Segundo o presidente americano, informações dos serviços de inteligência indicam que Moscou está planejando ataques contra infraestrutura crítica nos Estados Unidos. O presidente americano apelou para que as companhias americanas melhorem sua segurança cibernética, porque, segundo ele, empresas privadas também podem ser alvo de ataques.