Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Jejum intermitente aumenta risco de morte cardíaca, revela estudo

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Segunda, 25 de Março de 2024 às 13:48, por: CdB

Pesquisa revela que pessoas que limitam a sua janela de alimentação a menos de 8 horas por dia têm 91% mais risco de morte por doenças cardiovasculares em comparação aos que comem em intervalos regulares.


Por Redação, com DW - de Berlim


Um estudo com base em dados de agências de saúde americanas afirma que pessoas praticam o chamado jejum intermitente ou seja, que limitam sua alimentação a menos de 8 horas diárias, têm probabilidade muito maior de morrer por doenças cardiovasculares.




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Estudo foi realizado com mais de 20 mil pessoas

Muitos que praticam o jejum intermitente restringem sua alimentação para uma janela de quatro a doze horas diárias. Contudo, a maioria dos que adotam esse regime comem durante 8 horas e jejuam nas 16 horas restantes do dia. 


O estudo foi realizado com mais de 20 mil pessoas, sendo 50% mulheres e 50% homens, de média de idade de 49 anos, que foram acompanhadas por períodos de 8 a 17 anos. A conclusão é que as pessoas que limitam sua alimentação a menos de oito horas diárias possuem 91% mais chances de morrerem de doenças cardiovasculares em comparação com os que comem durante 12 e 16 horas por dia.


– Restringir o tempo diário de alimentação a um período curto, como oito horas, se tornou popular nos últimos anos como forma de perder peso e melhorar a saúde do coração – afirmou Victor Wenze Zhong, autor principal do estudo e chefe de epidemiologia da Escola de Medicina da Universidade Jiao Tong, de Xangai.


Ele, porém, acrescenta que "os efeitos de longo prazo à saúde da restrição do tempo de alimentação, incluindo os riscos de morte por qualquer causa ou por doenças cardiovasculares, é desconhecido".


Os resultados do estudo preliminar foram apresentados no último dia 18 na conferência Sessões Científicas 2024 sobre Epidemiologia e Prevenção - Estilo de Vida e Cardiometabolismo, realizadas pela Associação Americana do Coração, em Chicago. No evento são apresentados os estudos mais recentes sobre saúde, bem-estar e estilo de vida.



Maior risco de morte


Para avaliar os riscos, os pesquisadores revisaram as informações sobre os padrões dietéticos dos 20 mil participantes das Pesquisas Nacionais de Exames de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos entre 2003 e 2018, e compararam com dados de pessoas falecidas entre 2003 e 2019 obtidos do banco de dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).


Entre as pessoas com enfermidades cardiovasculares, um tempo de alimentação inferior a 10 horas por dia está associado a um risco 66% maior de morte por doenças cardiovasculares ou acidentes vasculares cerebrais (AVC).


Ao contrário, essa restrição de horário não reduziu o risco global de morte por nenhuma causa, enquanto a alimentação em períodos de mais de 16 horas estaria associada a um risco menor de morte para as pessoas com câncer. 


– Ficamos surpresos ao descobrir que os que seguem um horário de alimentação restrito a oito horas tinham maior probabilidade de morrer de doenças cardiovasculares – afirmou Zhong.


– Ainda que esse tipo de dieta tenha se tornado popular devido a seus possíveis benefícios a curto prazo, nossa pesquisa mostra claramente que, em comparação com o horário típico de alimentação de 12 a 16 horas por dia, uma duração menor desse período não está associada a viver por um tempo mais longo – sublinhou.




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