Por Redação, com ANSA - de Jerusalém
Os governos de Israel e Líbano fecharam um acordo histórico para a definição de fronteiras marítimas, e a consequente exploração de gás, anunciou o governo israelense nesta terça-feira. Os termos do pacto estavam sendo negociados há anos, em conversas mediadas pelos Estados Unidos. – Trata-se de um sucesso histórico que reforçará a segurança de Israel, fará entrar bilhões de dólares para a economia israelense e garantirá a estabilidade na fronteira norte do país – disse o premiê de Israel, Yair Lapid, após a conclusão. O texto acordado será levado para uma reunião extraordinária do governo nacional convocada para esta quarta-feira. Já o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, afirmou que o novo acordo "é justo e positivo para ambas as partes" e disse que seu país quer um "vizinho que seja estável e florido". No entanto, Gantz ressaltou que o governo "não cedeu nem um milímetro" sobre qualquer questão de segurança para o território - por isso, as fronteiras terrestres não foram incluídas. O governo do Líbano não se manifestou de maneira oficial ainda, mas na segunda-feira, o presidente do país, Michel Aoun, havia confirmado à mídia nacional que os problemas existentes nas conversas "haviam sido solucionados". O principal ponto do texto é a definição clara das fronteiras no Mar Mediterrâneo oriental, onde o Líbano pretende explorar o gás natural. Os israelenses fazem essa extração em áreas próximas. O campo de gás acaba atravessando a área dos dois países e, por isso, o pacto define os royalties que cada nação deve receber pelo combustível fóssil. Israel e Líbano não tem relações diplomáticas há mais de 30 anos e os dois países ainda estão em "estado de guerra". Apesar de ser um "pequeno passo", fontes dos governos apontam que poderá haver um início de processo de normalização a partir desse pacto.