Em Londres, os manifestantes, vindos de toda a Inglaterra, com cartazes e bandeiras palestinas e libanesas, percorreram o centro da capital britânica entoando palavras de ordem como “Cessar-fogo agora!”, “Do rio até o mar, a Palestina será livre!” e “Tirem as mãos do Líbano!”.
Por Redação, com Reuters – de Beirute
A capital libanesa viveu sua “noite mais violenta” após ser atingida por mais de 30 bombardeios de Israel na madrugada deste sábado para o domingo, segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN). Os ataques atingiram a região sul de Beirute e continuaram até a manhã deste domingo, tendo como alvos; além de bairros residenciais, um hotel e um posto de gasolina.
O Ministério da Saúde libanês relata que ao menos 23 pessoas morreram e 93 ficaram feridas na onda de ataques desta madrugada. De acordo com a pasta, mais de 2 mil pessoas já foram mortas desde que Israel iniciou a ofensiva.
Na última terça-feira, autoridades israelenses determinaram a entrada de tropas na fronteira com o Líbano sob a justificativa de combater o grupo político-militar Hezbollah. A ação veio após Israel matar o líder do movimento libanês, Hassan Nasrallah, em um bombardeio, o que elevou a tensão entre os países.
Teerã
A morte de Nasrallah gerou uma reação do Irã, país que apoia grupos de resistência islâmica na região. No dia 1 de outubro, Teerã disparou mais de 200 mísseis contra Tel Aviv e disse que “se o regime sionista reagir às operações iranianas, enfrentará ataques devastadores”.
Neste sábado, o governo israelense disse que está em “alerta máximo” antes do dia 7 de outubro, que marca um ano dos ataques do Hamas e do início do genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza.
O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, afirmou que o país “prepara uma resposta” à agressão lançada na terça-feira pelo Irã contra seu território.
— Esta semana rememoramos o aniversário da guerra e o 7 de outubro. Estamos preparados com mais forças antecipadamente para este dia — afirmou.
Protestos
Milhares de manifestantes foram às ruas, na véspera, em Londres, Paris, Madri, Caracas e Cidade do Cabo, para pedir um cessar-fogo em Gaza e no Líbano. Manifestantes pró-palestinos marcharam nessas cidades de Europa, África e América do Sul para exigir o fim da guerra, que já deixou quase 42 mil mortos em Gaza e mais de 2 mil no Líbano.
Em Londres, os manifestantes, vindos de toda a Inglaterra, com cartazes e bandeiras palestinas e libanesas, percorreram o centro da capital britânica entoando palavras de ordem como “Cessar-fogo agora!”, “Do rio até o mar, a Palestina será livre!” e “Tirem as mãos do Líbano!”.
O protesto na capital britânica foi liderado, entre outros, pelo ex-dirigente do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn (hoje independente) e o ex-primeiro-ministro escocês Humza Yousaf. Muitos manifestantes portavam cartazes com a frase: “Starmer tem sangue nas mãos”, em referência ao atual premiê britânico, o trabalhista Keir Starmer.
Britânicos
O primeiro-ministro pediu um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas, além de suspender algumas licenças de armas a Israel. No entanto, autorizou na última semana ataques britânicos em conjunto com os EUA ao Iêmen, para atingir alvos do grupo Houthis, aliados da Palestina.
Em Roma, uma marcha com milhares de pessoas acabou sendo reprimida pela polícia, com lançamento de gás lacrimogênio e jatos d’água. “Queremos que Gaza seja livre!”, “A revolução começou em 7 de outubro!”, “A Itália deve deixar de vender e enviar armas a Israel, devemos interromper imediatamente o genocídio em Gaza!” e “Israel, um Estado criminoso!”, gritavam os manifestantes.
Em Berlim, a polícia disse que prendeu 26 pessoas que fizeram insultos a uma marcha a favor de Israel. Em Madri, a manifestação reuniu cerca de 5 mil pessoas, com cartazes com lemas como “Boicote a Israel” e “A humanidade morreu em Gaza”. Os manifestantes instaram o presidente de governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, a romper relações diplomáticas com o país.
Palestinos
Na capital venezuelana, Caracas, centenas de simpatizantes do governo de Nicolás Maduro e membros da comunidade árabe na Venezuela protestaram em frente à sede da ONU. Com uma bandeira de 25 metros da Palestina e aos gritos de “Viva a Palestina livre!”, os manifestantes entregaram um documento à organização multilateral para pedir o fim do genocídio do povo palestino.
Em Paris, centenas de pessoas marcharam para demonstrar “solidariedade a palestinos e libaneses”, enquanto em Dublin, na Irlanda, outras centenas manifestaram apoio aos moradores de Gaza com gritos de “liberdade e justiça para os palestinos”.
Na África do Sul, no Centro da Cidade do Cabo, centenas de pessoas se manifestaram tremulando bandeiras palestinas e entoando palavras de ordem como “Israel é um Estado racista”.