A força do bolsonarismo está localizado não apenas no cérebro deformado desses fanáticos religiosos, mas da leniência dos grandes meios de comunicação, que fizeram uma verdadeira “caça a Lula” e abraçaram o Mandrião para tentar “apagar” da política o Partido dos Trabalhadores (PT).
Por Wellington Duarte– de Brasília
O terrorismo estatal está presente. Está vinculado ao governo que está aparelhando as instituições republicanas. O apodrecimento histórico das instituições liberais, próprias desse capitalismo decadente, que já gerou bilhões de pessoas fora do seu circuito, já exala o odor fétido, que vem do fanatismo religioso, de várias matizes. O terrorismo estatal está presente. A derrocada da URSS e a ascensão de um movimento direitista, que redesenhou o mapa da Europa e apropriou-se do aparelho estatal, com o verniz de “liberalismo”, pavimentou o caminho para o fascismo do século XXI. O terrorismo estatal está presente. Ele fortaleceu-se a partir do enfraquecimento das esquerdas. E foi nesse contexto que a extrema-direita recebeu de braços abertos o fanatismo religioso evangélico, que tem nos EUA seu núcleo mais sombrio e poderoso.O terrorismo
O terrorismo estatal está presente. O golpe de 2016, no BraZil, foi a oportunidade para que os extremistas fascistas, que saíram das cavernas da ignorância nas jornadas de junho de 2013, se aproximassem do poder e encontram-se um receptáculo perfeito para encarnar esse “new” fanatismo: Bolsonaro. O terrorismo estatal está presente. Bolsonaro, que tomou posse em 1° de janeiro de 2019, imediatamente começou a “trabalhar” para a transformação do espaço público em local de profusão do ideário fascista-evangélico. O terrorismo estatal está presente. O terrorismo estatal se fortaleceu a partir do aparelhamento da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF); da cooptação vergonhosa dos comandos das forças armadas, através da infestação dos órgãos públicos, regando com grana o apoio dessas lideranças; do acolhimento das Polícias Militares, como forças auxiliares do “comando bolsonarista”; pelo apoio firme e resoluto das principais autoridades evangélicas desse país.A força do bolsonarismo
O terrorismo estatal está presente. A força do bolsonarismo está localizado não apenas no cérebro deformado desses fanáticos religiosos, mas da leniência dos grandes meios de comunicação, que fizeram uma verdadeira “caça a Lula” e abraçaram o Mandrião para tentar “apagar” da política o Partido dos Trabalhadores (PT). Do apoio inconteste das elites braZileiras, quase todas saídas das Casas Grande, do escravismo torpe que favorece o racismo. O terrorismo estatal está presente. Protegido pela Procuradoria Geral da República (PGR), pelo presidente da Câmara de Deputados, pelo presidente do Senado e por uma vasta rede que inclui operadores jurídicos e toda a sorte de elementos perigosos e que atuam à margem da lei, Bolsonaro chega a esse momento com força suficiente para manter o BraZil em transe. Aquele que está no patamar político mais elevado do Planalto, é um hóspede maldito. Um ser que, à medida em que se aproxima o dia em que ele será derrotado, se torna mais radical e apela, cada vez mais, para a sua horda. Ele será derrotado, mas as feridas expostas por esse Mandrião e sua caterva, precisarão de muita democracia para serem curadas.Wellington Duarte, é professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Gande do Norte - UFRN, doutor em Ciência Política e presidente do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-sindicato).
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