Segunda, 06 de Dezembro de 2021 às 08:39, por: CdB
Durante o evento, o pontífice citou a famosa frase "Conhece a ti mesmo", que fazia parte do antigo Templo de Apolo em Delfos, e alertou que as pessoas, "obcecadas por milhares de aparências", se esquecem de quem são.
Por Redação, com ANSA - de Atenas
O papa Francisco encerrou sua viagem à Grécia nesta segunda-feira com um encontro com jovens de uma escola católica em Maroussi, nos subúrbios da capital Atenas.
Durante o evento, o pontífice citou a famosa frase "Conhece a ti mesmo", que fazia parte do antigo Templo de Apolo em Delfos, e alertou que as pessoas, "obcecadas por milhares de aparências", se esquecem de quem são.
– Mas aquele convite antigo, conhece a ti mesmo, vale ainda hoje: reconheça que você vale pelo que você é, não pelo que você tem. Você não vale pela marca da roupa ou dos sapatos que usa, mas porque você é único, você é única – disse.
Francisco ainda citou o mito de Ulisses, o herói da guerra de Troia que leva 10 anos para voltar para Ítaca e que no caminho precisa lidar com sereias que seduzem navegadores para fazê-los naufragar.
Falsas necessidades
– Na realidade, as sereias de hoje querem adoentá-los com mensagens sedutoras e insistentes, que miram lucros fáceis, sobre falsas necessidades do consumismo, sobre o culto do bem estar físico, da diversão a todos os custos, mas deixam apenas fumaça no ar – declarou o Papa.
Após o encontro, Jorge Bergoglio se deslocou para o Aeroporto Internacional de Atenas e embarcou para Roma. Sua viagem por Chipre e Grécia, dois países de maioria ortodoxa, foi marcada por apelos em defesa da união entre os cristãos e do acolhimento de migrantes e refugiados.
Em um discurso no Chipre, por exemplo, afirmou que arames farpados são símbolos do ódio e denunciou que deslocados internacionais são mantidos em "campos de concentração, verdadeiros lugares de tortura e escravidão".
– Essa é a história dessa civilização desenvolvida que nós chamamos de Ocidente – ironizou na ocasião. Francisco também se comprometeu a financiar a transferência para a Itália de 50 migrantes que hoje vivem em solo cipriota, sendo que o primeiro grupo deve embarcar para Roma em meados de dezembro.