Ex-presidente deixou carceragem da PF em Curitiba e chegou de avião a São Paulo. Justiça liberou saída temporária para petista participar de funeral de Arthur Lula da Silva, que morreu aos 7 anos de meningite meningocócica.
Por Redação, com DW - de Brasília
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou neste sábado a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena, para comparecer ao velório do neto, Arthur Lula da Silva, que morreu na sexta-feira , aos 7 anos, de meningite meningocócica. O ex-presidente saiu da sede da Polícia Federal (PF) a bordo de um helicóptero da Polícia Civil e seguiu para o Aeroporto do Bacacheri, também na capital paranaense, embarcando em uma aeronave cedida pelo governo do Paraná. O avião decolou do terminal aéreo às 7h19, pousando no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 8h31. A Justiça autorizou na sexta-feira o ex-presidente a deixar a prisão para ir ao velório de seu neto, com base na Lei de Execução Penal (LEP), que prevê que presos possam deixar as unidades para comparecer ao enterro de um parente próximo. Esta é a primeira vez que Lula deixa a carceragem da PF em Curitiba, onde está preso desde 7 de abril de 2018. Ele foi condenado em segunda instância, em janeiro do ano passado, a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que envolve um triplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações. No início de fevereiro, Lula foi novamente condenado, em primeira instância, por corrupção e lavagem de dinheiro, desta vez no processo referente a reformas realizadas num sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. Ele ainda é réu em outras sete ações penais. Os advogados do petista alegam que o ex-presidente é vítima de perseguição política. O neto de Lula, de 7 anos, morreu na manhã de sexta-feira devido a uma meningite meningocócica em Santo André, no Estado de São Paulo. Ele está sendo velado desde as 22h desta sexta-feira no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A cremação foi agendada para o meio-dia deste sábado. O velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro de 2017, foi realizado no mesmo local. Arthur deu entrada no hospital Bartira às 7h20, com quadro instável, e morreu às 12h11. Ele era filho de Sandro Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente e da ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em 2017. Foi Sandro quem informou Lula, por telefone, após obter autorização da PF, sobre a morte do neto. Arthur visitou o avô duas vezes na prisão. Os preparativos para levar Lula ao encontro de seus parentes ocorreram em sigilo, determinado pela juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal em Curitiba, que colocou a execução penal do ex-presidente no nível 4 de sigilo, permitindo que somente a própria juíza e alguns servidores possam tivessem acesso a ela. O pedido do ex-presidente foi acatado após um parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF). Em nota, a Justiça Federal afirmou que não iria divulgar a íntegra da decisão. "Foi autorizada a participação de Lula no velório e que, a fim de preservar a intimidade da família e garantir não apenas a integridade do preso, mas a segurança pública, os detalhes do deslocamento serão mantidos em sigilo", diz o comunicado. No final de janeiro, Lula perdeu o irmão Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, que morreu, aos 79 anos, em decorrência de um câncer de pulmão. Na ocasião, a defesa do ex-presidente também solicitou permissão para o petista viajar de Curitiba a São Bernardo do Campo para acompanhar o velório e o enterro. Mas o pedido foi negado pela juíza federal Carolina Lebbos. A decisão foi confirmada pelo desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Os advogados do ex-presidente recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a liberação temporária de Lula. No entanto, devido à demora da decisão, o petista acabou perdendo a cerimônia e desistiu de ir a São Paulo.