Foram analisados 12 biomarcadores sanguíneos ligados à inflamação, função renal e hepática, medidores de anemia, desnutrição e metabolismo, eles já tinham sido relacionados ao envelhecimento e/ou mortalidade em trabalhos anteriores.
Por Redação, com ACS – de São Paulo
A cada década aumenta a expectativa de vida humana e o número de centenários em todo o mundo, isso se deve, em grande parte, a mudanças estruturais na sociedade, na ciência e na medicina, mas também sofre influência de uma série de fatores a nível biológico.
É o que reforça um novo estudo publicado na revista GeroScience que comparou exames de 44 mil suecos com idade entre 64 e 99 anos de idade por cerca de 35 anos, dentre eles, apenas 2,7% viveram até os 100 anos e dentre eles, 85% eram mulheres.
Resultados
Foram analisados 12 biomarcadores sanguíneos ligados à inflamação, função renal e hepática, medidores de anemia, desnutrição e metabolismo, eles já tinham sido relacionados ao envelhecimento e/ou mortalidade em trabalhos anteriores.
Os resultados mostraram que centenários tendem a ter níveis mais baixos de glicose, creatinina e ácido úrico desde os 60 anos.
Apesar das medianas desses biomarcadores não mostrarem muitas diferenças entre centenários e não centenários, valores extremos eram raros entre os centenários.
Pessoas com níveis mais altos de colesterol total, ferro, glicose, creatinina, ácido úrico e marcadores de função hepática tinham menor probabilidade de chegar aos 100 anos.
Biomarcador
De acordo com a especialista em rejuvenescimento, cirurgiã plástica e criadora do podcast “O segredo da longevidade”, Elodia Ávila, a longevidade é multifatorial, mas é possível estimulá-la ao longo da vida. Avila é uma cirurgiã plástica, formada em medicina pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
— Identificar esse tipo de biomarcador em centenários ajuda a compreender uma das variáveis envolvidas no envelhecimento, a genética e tentar alguma intervenção, mas existem outros fatores que podem sofrer uma influência mais simples, o estilo de vida. O estilo de vida engloba várias coisas, alimentação, atividade física, sono, saúde mental, entre muitos outros, e mudanças nesses tópicos são comprovadamente importantes para uma maior longevidade, ajudando a regular, inclusive, os fatores genéticos. Mudanças no seu estilo de vida influenciam a longevidade em qualquer idade, mas quanto antes forem feitas, maiores serão os benefícios — resume Ávila.