Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ensino superior presencial no Brasil: Estabilidade e crescimento em meio à crise do EAD

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Quinta, 13 de Junho de 2024 às 11:02, por: Paulo Roberto

A busca por estabilidade e crescimento no ensino superior presencial no Brasil se tornou um tema de grande relevância, em especial diante dos desafios impostos pelo Ensino a Distância (EAD) durante as recentes crises econômicas e sanitárias.

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Imagem meramente ilustrativa

Enquanto o EAD tem apresentado uma ascensão marcada por altos e baixos, o modelo presencial vem demonstrando notável resiliência e capacidade de adaptação, atraindo estudantes que valorizam a interação direta e o ambiente acadêmico tradicional.

 

Estabilidade no setor de ensino superior presencial

O setor de ensino superior presencial no Brasil demonstrou uma notável estabilidade nos últimos anos, a despeito das flutuações observadas no segmento de Ensino a Distância (EAD).

Em 2022, as instituições privadas mantiveram o número de alunos em cursos presenciais estável em relação ao ano anterior, apontando para uma preferência contínua pelo ensino tradicional.

Curiosamente, essa estabilidade ocorre mesmo com um leve decréscimo nas matrículas dos cursos de EAD, o que sugere uma reavaliação por parte dos estudantes sobre o modelo de educação que preferem seguir.

 

Diversidade de cursos e preferências dos estudantes

Os cursos de Direito, Psicologia e Enfermagem foram os mais procurados em 2022, indicando uma clara preferência por áreas tradicionalmente associadas a uma formação sólida e reconhecida no mercado de trabalho.

Direito, em particular, liderou com impressionantes 853,6 mil matrículas, seguido por Psicologia com 626,1 mil e Enfermagem com 248,6 mil.

Essa diversidade nos cursos mais procurados reflete a demanda do mercado e o valor que os estudantes colocam na interação e experiência prática que o ensino presencial proporciona.

 

Crescimento e custos do ensino superior

Embora a estabilidade seja uma característica marcante, o setor de ensino superior presencial não está livre de mudanças, ainda mais no que tange ao custo das mensalidades.

Em 2022, foi registrado um aumento de 17% no número médio de alunos em 71 cursos de faculdades privadas, indicativo de um crescimento contínuo na demanda por educação de qualidade, apesar dos custos associados.

A análise das mensalidades revela que, de 2020 a 2022, o valor médio para cursos presenciais aumentou levemente, estabilizando-se em cerca de R$ 786,00 em 2024.

Esse aumento gradual nas mensalidades é um indicativo de como as instituições estão se adaptando para manter a qualidade do ensino frente aos crescentes desafios econômicos.

 

O peso dos custos em cursos de alta demanda

Dentre os cursos listados, Medicina se destaca tanto pela sua alta demanda como pelo alto custo associado, com mensalidades que podem chegar a R$ 10.280,00.

Esse valor só mostra a complexidade e a carga horária intensiva do curso, bem como o investimento em infraestrutura e recursos tecnológicos que as instituições devem fazer para oferecer uma formação de qualidade que atenda às expectativas e necessidades dos estudantes.

Esse panorama do ensino superior presencial no Brasil mostra um setor que, embora enfrentando desafios econômicos e adaptações devido ao crescimento do EAD, continua a oferecer uma formação robusta e valorizada pelos estudantes que buscam uma experiência educacional mais integrativa e interativa.

 

Impacto do ensino superior no mercado de trabalho

A relação entre o ensino superior presencial e o mercado de trabalho no Brasil tem mostrado sinais encorajadores, principalmente no que diz respeito à empregabilidade de recém-formados.

Dados recentes apontam para um aumento no número de calouros em cursos presenciais que conseguiram emprego em empresas listadas já no primeiro trimestre após sua formatura.

Esse fenômeno se mostrou mais notável nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde as variações percentuais no emprego desses jovens profissionais foram de 14,1% e 16%, respectivamente.

 

Regionalidades e variações no emprego

Enquanto Santa Catarina e Rio Grande do Sul experimentaram um aumento substancial na absorção de novos profissionais pelo mercado, o Amapá enfrentou uma situação oposta.

Nesse estado, observou-se uma redução de 18,6% na empregabilidade de calouros no mesmo período.

Essa discrepância regional destaca a importância de uma análise vocacional cuidadosa e adaptada às realidades locais, que pode orientar os estudantes na escolha de cursos alinhados tanto com suas vocações quanto com as demandas específicas do mercado regional.

 

Ensino superior e oportunidades de carreira

Esses dados reforçam a relevância do ensino superior presencial como um catalisador para melhores oportunidades de carreira, demonstrando que a educação de qualidade continua a ser um fator crítico para a empregabilidade.

Além disso, a variação regional nos dados sugere que as instituições de ensino, junto aos órgãos governamentais, poderiam se beneficiar de políticas e programas que considerem as peculiaridades econômicas e vocacionais de cada estado, visando maximizar as oportunidades para os estudantes.

Ou seja, o ensino superior presencial, além de sustentar seu valor acadêmico e cultural, também se destaca como um investimento estratégico na futura força de trabalho do país.

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