A taxa de desemprego brasileira chegou a 12,7% no período, na terceira alta consecutiva e a maior do ano, ante 12,4% nos três meses até fevereiro e 11,6% no quarto trimestre. O resultado informado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra, entretanto, recuo em relação aos 13,1% registrados no mesmo período de 2018.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O desemprego no Brasil voltou a aumentar no primeiro trimestre e atingiu a maior taxa desde maio do ano passado, com o total de desempregados chegando a quase 13,4 milhões e número recorde de desalentados, em um cenário de fragilidade do crescimento econômico.
A taxa de desemprego brasileira chegou a 12,7% no período, na terceira alta consecutiva e a maior do ano, ante 12,4% nos três meses até fevereiro e 11,6% no quarto trimestre. O resultado informado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra, entretanto, recuo em relação aos 13,1% registrados no mesmo período de 2018, e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com economistas, de uma taxa de 12,8%.
Cenário
Ainda assim, é o mais alto desde os três meses encerrados em maio do ano passado, quando ficou no mesmo patamar.
— Nenhum setor teve contratação significativa no primeiro trimestre deste ano. Esse é o retrato do mercado de trabalho em 2019. A expectativa de uma melhora no mercado de trabalho que havia para 2019 não se confirma diante do cenário econômico — disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
Em meio a dispensas ainda sazonais e aumento da procura por emprego, o país tinha no trimestre até março 13,387 milhões de desempregados, ante 13,098 milhões nos três meses até fevereiro e 12,152 milhões no quarto trimestre de 2018. Nos três meses até março de 2018 eram 13,634 milhões de desempregados.
Desalentados
Na outra ponta, o total de pessoas ocupadas caiu a 91,863 milhões, de 92,127 milhões entre dezembro e fevereiro e 92,736 milhões no quarto trimestre.
Nesse cenário, o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi ao recorde de 4,843 milhões no primeiro trimestre, de 4,663 milhões no trimestre anterior.
— O número de desalentados é o maior da série. Esse é um retrato de um mercado de trabalho brasileiro frágil. Significa dizer que os desempregados poderiam ser de quase 18 milhões se essas pessoas estivessem pressionando o mercado a procura de uma vaga — completou Azeredo.
Fraqueza
O emprego com carteira assinada continua fraco, com 32,918 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano, queda de 0,1% sobre o período anterior e alta de apenas 0,2% sobre o primeiro trimestre do ano passado.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas sem carteira assinada no setor privado entre janeiro e março caiu 3,2% na comparação com o quarto trimestre, mas subiu 4,4% sobre o mesmo período do ano passado, a 11,124 milhões.
Em relação ao rendimento médio do trabalhador, este chegou a R$ 2.291 no primeiro trimestre, contra R$ 2.276 no quarto trimestre e 2.259 reais no mesmo período de 2018. Em março, o Brasil registrou fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego, num resultado negativo que contrariou expectativas e foi puxado pela fraqueza no comércio, segundo dados do Ministério da Economia.
O mercado de trabalho brasileiro vem refletindo diretamente a dificuldade que a economia vem apresentando de avançar, destacadamente o setor industrial. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa de crescimento econômico é de 1,70% em 2019, indo a 2,5% em 2020.