Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Chega de mortes no trabalho!

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Quinta, 07 de Setembro de 2023 às 10:26, por: CdB

O ministério do Trabalho, desmontado por Bolsonaro, tem enfrentado agora a tarefa de sua reconstrução para poder agir preventivamente com fiscalização e punição.


Por João Guilherme Vargas Netto - de São Paulo


Se não forem tomadas urgentemente medidas preventivas, corretivas e punitivas estaremos condenados a ver se repetir a tragédia que se abateu sobre os metalúrgicos em Cabreúva, com explosão de um forno na fábrica, morte de três trabalhadores e ferimentos graves em 40.




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Metalúrgica de Cabreúva ficou destruída com incêndio que deixou operários mortos e feridos.

Digo isto porque o caso é o mais recente de uma série mortífera que não termina com ele, onde se misturam precárias condições operacionais, relações de trabalho deterioradas, desleixo e complacência.


O ministério do Trabalho, desmontado por Bolsonaro, tem enfrentado agora a tarefa de sua reconstrução para poder agir preventivamente com fiscalização e punição. E deve agir já!


O patronato que patrocinou a farra do boi da revisão das normas regulamentadoras (com a cumplicidade de alguns dirigentes sindicais dos trabalhadores) precisa reconhecer a malignidade destas modificações, dificultadoras da fiscalização e coniventes com o descalabro.


E o movimento sindical dos trabalhadores precisa se preocupar com a situação desastrosa da segurança do trabalho, fiscalizando, ele também, a situação nas empresas.



Cabreúva


É urgente e necessário um posicionamento firme destes três protagonistas.


Espero que o ministro do Trabalho faça uma visita à Cabreúva e à empresa como gesto de solidariedade às vítimas e indicação de sua firmeza em agir na defesa da vida dos trabalhadores, com o ministério reorganizado e operante, não apenas burocraticamente omisso.


O patronato, agindo agora em uma conjuntura econômica favorável, deve abandonar as posições extremistas e negativas anteriormente tomadas e reconhecer a necessidade de uma modernização efetiva do parque industrial, isolando aqueles empresários irresponsáveis que são empecilho a uma política coerente de industrialização.


O movimento sindical dos trabalhadores agindo em apoio ao sindicato de Itu, filiado à Federação Estadual de Metalúrgicos da CUT (onde se situa a base de Cabreúva), e reconhecendo a gravidade da situação deve empreender uma verdadeira campanha nacional contra as mortes e outros acidentes de trabalho, apoiado pelo ministério do Trabalho e ajudado pelo empresariado responsável.


 

João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.


As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil






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