Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Carreiras a seguir: Joel Silva, o fotógrafo dos grandes conflitos

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Domingo, 10 de Março de 2024 às 16:56, por: CdB

Joel Silva é fotógrafo há 29 anos. Grande parte dessa carreira foi dedicada ao diário conservador paulistano Folha de S.Paulo. Foi lá que ele passou a cobrir grandes conflitos em diversos países.


Por Redação, com ABr - de São Paulo

O fotojornalista Joel Silva perdeu o nascimento de seu filho. Há 24 anos, quando ele nasceu, Joel estava trabalhando em uma floresta colombiana, documentando um acampamento de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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Joel Silva foi uma testemunha ocular dos fatos


— Não assisti ao nascimento do meu filho. Deixei de participar de vários momentos da minha vida pessoal para me dedicar à minha vida profissional — lembrou.

Joel Silva é fotógrafo há 29 anos. Grande parte dessa carreira foi dedicada ao diário conservador paulistano Folha de S.Paulo. Foi lá que ele passou a cobrir grandes conflitos em diversos países.

 

Conflitos


Algumas de suas fotos desse período extrapolaram as fronteiras e viraram capa dos principais jornais do mundo, como a de uma bomba que foi lançada pelo regime de Muammar Khadafi contra os rebeldes, na Líbia.

— Fotografei a guerrilha colombiana em 2000, depois cobri o golpe militar em Honduras, a ocupação do Morro do Alemão [no Rio de Janeiro], os conflitos na África, o massacre no Cairo (Egito), a Primavera Árabe na Líbia e a Faixa de Gaza — exemplificou.

Em uma dessas coberturas, lembrou, ele chegou a receber “um tiro de raspão na cabeça”.

— Estava cobrindo o massacre, a revolta de manifestantes no Cairo, quando um tiro esbarrou no concreto e respaldou na minha testa. Graças a Deus foi só de raspão. E eu continuei a cobertura, não parei — acrescentou.

 

Documentário


As várias e impactantes fotos e vídeos que produziu nesse período foram reunidas agora em um documentário que ele mesmo produziu e que foi lançado em fevereiro para relatar como é ser um correspondente em áreas de conflito.

— O jornalismo tem essa função de mostrar a realidade em uma zona de guerra, como está acontecendo agora na Faixa de Gaza. O fotógrafo não se preocupa se ele vai morrer, se ele vai pisar em uma bomba. Ele se preocupa em chegar o mais próximo da verdade, de uma notícia. O limite é tentar encontrar o que não seja invadir uma situação extrema, de sofrimento da pessoa e, ao mesmo tempo, fotografar aquilo para o mundo. É preciso ter equilíbrio — reforçou.

Chamado de Todas as Guerras que eu Vi, o documentário pode ser assistido gratuitamente no YouTube e é baseado em um livro de sua autoria, Uma Fresta de Luz no Porão da Sociedade.

— Quando pensei sobre o documentário, pensei em deixar aí um documento da minha vivência no jornalismo, principalmente para os meus filhos. Quero deixar essa vivência para eles e também para essa geração de jornalistas, fotógrafos e repórteres e que precisam de uma referência. Acho que esse é um documento histórico — concluiu.

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