Em depoimento, Delgatti revelou que a deputada o teria contratado para que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por Redação - de Brasília
A Polícia Federal (PF) intimou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a depor no inquérito que investiga os relatos do chamado "Hacker de Araraquara", Walter Delgatti. O depoimento deve ocorrer ainda na segunda semana de setembro, entre os dias 11 e 15, segundo previsão de agentes das forças policiais.
Em depoimento, Delgatti revelou que a deputada o teria contratado para que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo era incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Houve, ainda, uma suposta tentativa de invasão das urnas eletrônicas, pedido esse que contou com a participação de Jair Bolsonaro.
Luz verde
O hacker, que se encontra preso em uma unidade prisional de Brasília, também afirmou ter recebido um total de R$ 40 mil de Zambelli. De acordo com o advogado dele, Ariovaldo Moreira, os pagamentos tinham por objetivo de custear a invasão do CNJ, entre outras tarefas previstas.
A defesa disse, ainda, ter entregue à PF comprovantes de transferências via PIX no valor de R$ 13,5 mil feitas por duas pessoas ligadas a Zambelli, e que os demais R$ 26,5 mil foram pagos em espécie – sem precisar como e quando esse dinheiro foi entregue ao hacker.
Segundo os advogados de Zambelli, ela nega que as transferências tenham relação com a invasão dos sites do Conselho. À PF, Delgatti diz que, em agosto de 2022, foi levado ela deputada para um encontro com então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada, residência oficial, para discutir ataques às urnas eletrônicas.