Enquanto a esquerda combativa vai às ruas, a esquerda institucional quer o Bozo sangrando no poder até a eleição presidencial em 2022.
Por Celso Lungaretti
Manifestações de protesto estão sendo realizadas em diversas cidades brasileiras desde sábado. Partem de grupos da esquerda combativa e se percebe que sofrem um nítido boicote por parte da esquerda institucional, que tudo faz para que não sejam noticiadas ou apareçam sem destaque nas várias mídias, minimizadas e/ou criticadas.
Para a esquerda institucional, pouco importa que cada dia a mais com Bolsonaro usando a faixa presidencial para destruir o país tenha um custo altíssimo em termos de cadáveres e aumente ainda o sofrimento de trabalhadores, vulneráveis, marginalizados, idosos, etc. As vítimas de sempre.
O importante, para essa gente que de esquerda quase nada tem – pelo menos se entendermos a esquerda como força transformadora da sociedade, empenhada em conduzir a humanidade para um estágio superior de civilização, com justiça social e liberdade plena –, é eleger Lula em 2022.
Para quê? Para mais uma temporada de capitalismo bonzinho (exploração com vaselina), que inevitavelmente dará lugar adiante a outra temporada de capitalismo malvado (exploração com estupro), nessa alternância entre o péssimo e o pior ainda em que são consumidas nossas existências desde o século passado.
Tais coniventes insensatos nem sequer se dão conta de que a desgraceira da covid e a escalada galopante da fome e da miséria conduzirão o Brasil a uma explosão social muito antes da posse do novo presidente, em janeiro de 2023.
Em vez de Lula presidente, estão é preparando o terreno para termos o caos presidindo, num salto no escuro cujas consequências nem mesmo eu me arrisco a prever. Mas tenho muita clareza de que devemos encarar, como prioridade máxima, impedir que cheguemos a tal ponto.
Já acusei essa esquerda pusilânime de facilitadora de genocídio. Vou além: assim como o Bozo foi responsável por pelo menos umas 100 mil mortes evitáveis, talvez até o dobro, ao apostar em drogas milagrosas e na imunização de rebanho como resposta à pandemia, a esquerda eleitoreira está fazendo uma aposta quase igual, novamente tendo como fichas a vida dos brasileiros.
Retardando o máximo possível o afastamento do Bolsonaro, por ela tido como o adversário ideal a ser derrotado no 2º turno da eleição presidencial de 2022, ela está apostando que as mortes evitáveis que ocorrerão ao longo dos próximos 19 meses serão compensadas pela felicidade de ingressarmos no paraíso lulista em 2023.
Este blog continuará firmemente empenhado em denunciar tal cálculo mesquinho, desumano e, por que não dizer, GENOCIDA.
Vidas brasileiras importam. Temos de esforçarmo-nos, no limite de nossas forças, para livrarmos nosso povo do genocídio bolsonaresco, para a imediata articulação de um governo de salvação nacional. Do resto cuidaremos depois. Mas é necessário que estejamos vivos para haver depois.
Todos à rua! Não podemos, os que realmente defendemos o povo, mostrar menos desprendimento e coragem do que os profissionais de saúde, que não se furtaram a riscos terríveis para cumprirem o juramento de Hipócrates.
Esquerdistas que se preservam neste momento crucial não se mostram, de jeito nenhum, herdeiros de Marx ou Proudhon. Com sua duplicidade e calculismo, parecem mais é ter feito juramento de hipócritas. (Por Celso Lungaretti, editor do blogNáufrago da Utopia).
Direto da Redaçãoé um fórum de debates publicado no Correio do Brasil pelo jornalistaRui Martins.