Rio de Janeiro, 22 de Janeiro de 2025

Bolsonaro confirma possível saída do Mercosul caso Fernández vença

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Sexta, 16 de Agosto de 2019 às 08:34, por: CdB

O presidente neofascista disse não acreditar que o candidato da oposição no país vizinho, Alberto Fernández, queira seguir um caminho de liberdade e democracia

Por Redação, com Reuters - de Brasília O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que avaliza a declaração dada na véspera pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o Brasil deixará o Mercosul caso a oposição vença a eleição presidencial na Argentina e decida fechar a economia do país.Em entrevista a jornalistas ao deixar o Palácio da Alvorada em Brasília, Bolsonaro disse não acreditar que o candidato da oposição no país vizinho, Alberto Fernández, queira seguir um caminho de liberdade e democracia, que para ele vem sendo trilhado pelo atual presidente argentino, Mauricio Macri, seu aliado.
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Bolsonaro disse que está disposto a conversar com Fernández se ele vencer a eleição, mas avisou que o gesto terá de partir do argentino
- O atual candidato que está na frente na Argentina, que tem na vice a Cristina Kirchner, já esteve visitando o Lula, já falou que é uma injustiça o Lula estar preso, já falou que quer rever o Mercosul. Então o Paulo Guedes —perfeitamente afinado comigo, por telepatia— já falou: ‘se criar problema, o Brasil sai do Mercosul’. Está avalizado, sem problema nenhum - disse Bolsonaro. - Eu não acredito que ele (Fernández) queira seguir nessa linha de liberdade e democracia. Esse pessoal quando se apodera do poder, não quer sair mais. E sempre vivendo às custas da coisa pública - disse. O presidente disse, no entanto, que está disposto a conversar com Fernández se ele vencer a eleição, mas avisou que o gesto terá de partir de Fernández, que tem como candidata a vice a ex-presidente Cristina Kirchner. - Eu converso até com a Folha de S.Paulo, quem dirá com o futuro presidente da Argentina - disse o presidente. Ao ser indagado sobre se procuraria Fernández caso ele vença a eleição presidencial argentina de outubro, negou. - Não, não. Ele é que vai ter que dar o sinal. Quando eu tomei posse eu falei que ia manter a democracia, a liberdade, abrir o mercado, respeitar as religiões, e é isso que eu estou fazendo - disse. Bolsonaro voltou a citar a reação dos mercados financeiros à vitória da coalizão encabeçada por Fernández nas primárias da eleição presidencial argentina no último domingo e reiterou que, se o oposicionista vencer, o Rio Grande do Sul pode ter de lidar com a mesma onda de imigração enfrentada por Roraima por causa da crise na Venezuela. - Olha a Argentina aqui, o que aconteceu com a bolsa, com o dólar, com a taxa de juros deles. O mercado deu um sinal de que não vai perdoar a esquerda na Argentina novamente, o pessoal vai tirar de lá. Os empresários não vão investir na Argentina enquanto não resolver a situação política - declarou. A eleição presidencial na Argentina acontece em outubro, mas a ampla vantagem obtida pela oposição nas primárias a deixa com amplo favoritismo para vencer o pleito. Bolsonaro voltou a dizer que ainda não definiu quem nomeará para chefiar a Procuradoria-Geral da República, mas afirmou que o subprocurador Augusto Aras segue no páreo. O presidente Jair Bolsonao defendeu que o chefe do Ministério Público Federal não pode estar focado apenas no combate à corrupção, mas também estar preocupado em não travar a economia e não ser “um xiita” em questões ambientais, indígenas e ligadas a minorias. Nova referência à Venezuela Na noite de quinta-feira, Bolsonaro disse que será “ruim para todos nós aqui” uma eventual vitória da chapa de oposição Alberto Fernández-Cristina Kirchner na eleição presidencial da Argentina, em mais um comentário após a derrota nas primárias de domingo do candidato que apoia, o presidente Mauricio Macri. - Está na cara que se essa turma da Cristina Kirchner voltar, é ruim para todos nós aqui - disse Bolsonaro, em transmissão ao vivo feito em seu perfil no Facebook. Ele repetiu que não quer que ocorra com a Argentina o que passa a Venezuela e destacou que será um “caos” se a oposição vencer, após falar do tombo da bolsa de valores e da disparada do dólar no país vizinho. Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que a Argentina pode enfrentar uma crise migratória, com cidadãos deixando o país em direção ao Brasil, caso a oposição ao presidente Mauricio Macri vença as eleições de outubro, como aconteceu em uma votação primária no domingo. Bolsonaro vira piada para programa de humor alemão O programa humorístico alemão Extra 3, transmitido na noite de quinta-feira, chamou o presidente Jair Bolsonaro de bobo da corte, Borat e protagonista do clássico de terror Massacre da serra elétrica. Atração de horário nobre da ARD, principal rede de televisão pública alemã, o programa satirizou por quase cinco minutos o governo do presidente brasileiro, criticando principalmente sua política ambiental e o desmatamento na Amazônia. - Um sujeito que não pensa nem um pouco sobre sustentabilidade e emissão de CO2 é o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, o 'Trump do samba'. Mas alguns dizem também 'o boçal de Ipanema' - afirmou o apresentador Christian Ehring, em frente a uma fotomontagem de Bolsonaro vestindo a sunga do personagem Borat.
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