O governo de João Doria autorizou o retorno às aulas presenciais na rede estadual de São Paulo a partir desta quarta-feira, em meio ao aumento de mortes e infectados pela covid-19. Unidades podem receber até 35% dos alunos nas salas, mas a Apeoesp, sindicato de professores da rede pública do Estado, fez um apelo contra a decisão e promete acionar a Justiça.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
O governo de João Doria autorizou o retorno às aulas presenciais na rede estadual de São Paulo a partir desta quarta-feira, em meio ao aumento de mortes e infectados pela covid-19. Unidades podem receber até 35% dos alunos nas salas, mas a Apeoesp, sindicato de professores da rede pública do Estado, fez um apelo contra a decisão e promete acionar a Justiça. Para conter o avanço da pandemia, o Estado ficou 28 dias em fase emergencial. Mas desde segunda, regrediu para a fase vermelha, apesar de seguir registrando um número alto de mortes e infectados. Diante desse cenário e contrariando cientistas, Doria anunciou a volta às aulas presenciais.
A Secretaria de Educação afirma que, além da limitar a capacidade máxima, os alunos que preferirem ficar em casa deverão acompanhar as aulas através dos centros de mídias disponibilizados na rede. Em março, um decreto do governo estadual já havia tornado a educação serviço essencial, autorizando assim o funcionamento das escolas em qualquer fase do plano de contingência.
A deputada estadual Maria Izabel Noronha (PT), a Bebel, presidenta da Apeoesp, ressalta que o momento não é de voltar com as aulas presenciais. “Nós somos contra a volta às aulas presenciais, não porque não queremos trabalhar. Nós queremos o teletrabalho, queremos defender a vida. À medida que volta às aulas, aluno e professor utilizam o transporte público lotado e assim colocam em risco a escola. Fazemos um apelo para o governo cancelar essa volta às aulas”, afirmou ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual. A presidenta da Apeoesp lembra que há uma sentença da Justiça de São Paulo que proíbe o a volta às aulas presenciais em São Paulo. E observa que ainda vai demorar para toda a categoria ficar imunizada.
“Nem bem começou a vacinação e o governo joga todo mundo nas salas de aula. Além disso, uma dose não garante a imunização. Esse retorno presencial, diante de mais de 3 mil mortes ao dia, é difícil de ser digerido. Vamos usar a nossa sentença judicial nessa luta.”
Covid-19 em São Paulo
O Brasil volta a registrar perto de 4 mil mortes por covid em um único dia, com as 3.808 novas vítimas oficialmente registradas na terça-feira. Com o acréscimo, são 358.425 mortos desde o início da pandemia, em março do ano passado. Trata-se do país com o segundo maior número de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos. O Estado de São Paulo contabiliza mais de 83 mil mortes pela covid-19, enquanto o número de infectados já ultrapassou 2,6 milhões de habitantes. Nas últimas 24 horas, foram registados novos 1.282 óbitos pelo vírus e 18,3 mil casos.
Dados do Ministério da Saúde mostram a quantidade de pessoas que estavam internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e morreram, no Estado de São Paulo, supera a de doentes que venceram a doença e tiveram alta médica.