Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Atirador de Buffalo queria matar negros, dizem autoridades

Arquivado em:
Segunda, 16 de Maio de 2022 às 12:16, por: CdB

O jovem estava armado com um fuzil do tipo AR-15 e vestia roupas militares e um colete a prova de balas. Ele abriu fogo no supermercado e transmitiu o massacre ao vivo pela plataforma Twitch, da Amazon. A maioria dos dez mortos e três feridos eram negros.

Por Redação, com DW - de Washington  O homem branco de 18 anos que matou a tiros dez pessoas num supermercado da cidade de Buffalo, no estado norte-americano de Nova York, no último sábado, pesquisou a demografia local e tinha a intenção de matar o maior número de pessoas negras possível, afirmaram autoridades.
atiradordebuffalo.jpeg
Jovem branco mirou área de população predominantemente negra
– Esse indivíduo veio aqui com o propósito expresso de tirar o maior número de vidas negras que pudesse – disse o prefeito de Buffalo, Byron Brown. – As evidências que obtivemos até agora não deixam dúvidas de que se trata de um crime de ódio absolutamente racista – afirmou no domingo Joseph Gramaglia, comissário de polícia da cidade. Gramaglia declarou a repórteres que o suspeito fez um "reconhecimento" da área de população predominantemente negra nos arredores do supermercado Tops Friendly Market e dirigiu mais de 300 quilômetros da cidade onde vive, Conklin, até o local. O jovem estava armado com um fuzil do tipo AR-15 e vestia roupas militares e um colete a prova de balas. Ele abriu fogo no supermercado e transmitiu o massacre ao vivo pela plataforma Twitch, da Amazon. A maioria dos dez mortos e três feridos eram negros. Quando policiais entraram no supermercado, o jovem apontou a arma para seu próprio pescoço antes de se entregar e ser preso. Gramaglia afirmou que, no ano passado, o rapaz fez "ameaças generalizadas" na escola onde estudava e foi encaminhado pela polícia a um hospital para avaliação de sua saúde mental, que durou cerca de um dia e meio. Depois disso, ele foi liberado.

"Vidas negras importam"

No domingo, moradores de Buffalo fizeram uma vigília diante do supermercado que foi palco do ataque. Indignados, participantes gritaram o slogan "Vidas negras importam" ("Black lives matter") e criticaram o fácil acesso a armas poderosas e a violência racista no país. Entre as vítimas estava uma mulher de 86 anos, que acabara de visitar o marido numa casa de repouso, e um funcionário da segurança do supermercado, ambos negros. O presidente Joe Biden condenou o extremismo racista e o "ódio que permanece como uma mancha na alma dos Estados Unidos". Segundo a Casa Branca, Biden visitará Buffalo nesta terça-feira. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, que é nascida em Buffalo, descreveu o ocorrido como uma "execução de estilo militar". Ela afirmou que mensagens racistas se espalham "como fogo", especialmente na internet, e exigiu que empresas de tecnologia esclareçam se fizeram "todo o humanamente possível" para assegurar que estão monitorando conteúdos violentos assim que estes aparecem, ameaçando puni-las. O Twitch afirmou que suspendeu a transmissão do massacre "menos de dois minutos após o início da violência". Autoridades investigam se o atirador publicou um manifesto antes do ataque, que teria posicionamentos racistas, como a suposta "teoria da substituição", a ideia de que brancos estariam sendo substituídos por outras minorias nos EUA e em outros países. Horas depois do incidente em Buffalo, um ataque a tiros numa igreja nos arredores de Los Angeles deixou um morto e quatro gravemente feridos no domingo. A maioria das vítimas é de descendência taiwanesa, mas autoridades ainda investigam se foram alvo por esse motivo.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo