Os apagões têm sido frequentes na Venezuela há uma década. O pior deles ocorreu em março de 2019 e durou vários dias, deixando o país no escuro.
Por Redação, com CartaCapital – de Caracas
Um apagão registrado na madrugada desta sexta-feira deixou a Venezuela na escuridão, incluindo a capital, Caracas, informou o governo do presidente Nicolás Maduro, atribuindo esta falha à sabotagem do sistema e à tentativa de golpe de Estado.
– Houve uma sabotagem elétrica na Venezuela, uma sabotagem contra o sistema elétrico nacional, que afetou quase todo o território nacional. Os 24 estados informam perda total ou parcial do fornecimento elétrico – disse o ministro das Comunicações, Freddy Ñáñez, ao canal estatal VTV.
A interrupção ocorreu às 4h40 horário local (3h40 no horário de Brasília). Muitas ruas de Caracas estavam desertas no início da manhã, observou à agência francesa de notícias AFP.
– É uma nova sabotagem elétrica – insistiu o ministro. “Vivemos isso em 2019, sabemos o que nos custou em 2019, sabemos o que nos custou recuperar o sistema elétrico nacional desde então e hoje estamos enfrentando isso com os protocolos anti-golpe porque (é) o que tem na Venezuela desde antes do 28 de julho, durante 28 de julho e nestes pouco mais de 30 dias que se passaram”.
Ele se refere às eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, que a oposição liderada por María Corina Machado qualificou como fraudulentas e afirma ter provas que mostram que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o vencedor da disputa.
Os apagões têm sido frequentes na Venezuela há uma década. O pior deles ocorreu em março de 2019 e durou vários dias, deixando o país no escuro.
Regiões do oeste do país, como Táchira e Zulia, que já foram a capital do petróleo, sofrem cortes diários de energia.
O governo do presidente Nicolás Maduro normalmente atribui estas falhas a conspirações orquestradas pelos Estados Unidos e pela oposição para derrubá-lo. Enquanto isso, líderes e especialistas da oposição, contrariando a tese da sabotagem, responsabilizem o governo pela falta de investimento, incompetência e corrupção.
Candidato da oposição convocado
González, 75 anos, foi citado pelo Ministério Público, que abriu uma investigação criminal contra ele.