A deliberação desta quinta marca uma retomada de posição do colegiado, que, nos últimos anos, negou diferentes pedidos de anistia, entre eles o de Valente. O parlamentar foi preso e torturado durante o regime dos generais.
Por Redação - de Brasília
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) comentou, nesta sexta-feira, o pedido formal de desculpas do Estado brasileiro pela perseguição durante os anos de ditadura militar; além de sua anistia. A decisão partiu da Comissão de Anistia, atualmente vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que realizou sua primeira reunião durante a gestão Lula e após ter passado por uma reformulação. Os trabalhos foram reabertos às vésperas dos 59 anos do golpe militar no Brasil.
A deliberação desta quinta marca uma retomada de posição do colegiado, que, nos últimos anos, negou diferentes pedidos de anistia, entre eles o de Valente. O parlamentar foi preso e torturado durante o regime dos generais. O pedido de desculpas em nome do Estado foi feito pela atual presidente da comissão, Eneá de Stutz e Almeida.
Indenização
— Acho que é um resgate porque nós temos uma trajetória de praticamente 50 anos e passamos por todo o processo de resistência à ditadura, com clandestinidade, prisão, tortura, condenação a três anos de prisão e ainda pelo não reconhecimento da anistia. Quando entramos (com o pedido), calhou de o Bolsonaro pinçar o meu nome e o da Dilma exatamente como exemplos para anular processos, inclusive contra os autos, mentindo. Fomos julgados por um tribunal de exceção — disse Ivan Valente, ao site de notícias Brasil de Fato (BdF).
Dados ainda do MDH mostram que os governos Temer e Bolsonaro negaram 95% dos pedidos de reparação que chegaram à Comissão de Anistia. Agora, cerca de 4 mil processos serão revisados. Além do processo de Valente, três outros foram aprovados.