Ana Paula Veloso Fernandes está presa e é acusada de matar quatro pessoas de janeiro a maio deste ano.
Por Redação, com Agenda do Poder – de São Paulo
A universitária Ana Paula Veloso Fernandes, presa em SP ao ser apontada como a serial killer acusada de matar quatro pessoas, admitiu ter usado “chumbinho” para envenenar as vítimas.

Em depoimento gravado, ela disse ter comprado o veneno para matar cães. “Eu já tinha [chumbinho] em casa porque eu já tinha matado o cachorro. Eu tinha comprado no Rio de Janeiro. Eu tinha dado isso para os meus cachorros”, disse durante a filmagem feita pelos agentes.
Com base no vídeo, obtido pelo portal G1, a Polícia Civil de Guarulhos investiga se ela matou ao menos 14 cães. Dez desses animais eram filhotes e pertenciam a Roberta Cristina Veloso Fernandes, irmã gêmea da assassina em série indiciada na terça-feira pelos mesmos crimes.
A investigação também cita Michelle Paiva da Silva, filha de uma das vítimas, como cúmplice. Ela é investigada por suspeita de participação na morte do próprio pai. Os investigadores apuram se há outras possíveis vítimas.
Um frasco apreendido na casa de Ana Paula tinha vestígios de um inseticida com substância agrícola que pode causar intoxicação fatal em humanos, segundo a Polícia Civil. Os investigadores acreditam que a universitária usou o veneno em alimentos para matar vítimas e ficar com seus bens e dinheiro.
Em todos os casos, os laudos indicam edema pulmonar e sinais internos compatíveis com envenenamento. Em nota, o advogado Almir da Silva Sobra, que representa as irmãs, afirmou que não há provas concretas e que a defesa “acompanha a investigação com a seriedade e a discrição exigidas”.
A universitária Ana Paula Veloso Fernandes tentou entrar para a Polícia Civil do Rio ao se inscrever para o concurso de auxiliar de necropsia em 2021.
Veja quem são as vítimas:
Marcelo Ari Fonseca – Foi a primeira das vítimas da serial killer ao ser morto em 31 de agosto em Guarulhos (SP), segundo a Polícia Civil. O homem de 51 anos alugava um imóvel nos fundos da sua residência para as gêmeas Ana Paula e Roberta. O corpo dele foi encontrado em estado avançado de putrefação. A principal hipótese é de morte por envenenamento. Investigadores aguardam laudos periciais.
Maria Aparecida Rodrigues – Ana Paula é acusada pelo MP de ter matado a vítima por envenenamento no dia 11 de abril também em Guarulhos (SP). A serial killer conheceu a vítima por um aplicativo na internet. Ela deu café e bolo na casa onde morava com a irmã gêmea. Ao voltar para sua residência, Maria passou mal e morreu.
Neil Corrêa da Silva – O aposentado de 65 anos morreu em 26 de abril após comer uma feijoada levada pela estudante na casa onde morava em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Ana Paula era amiga de Michele Paiva da Silva, filha da vítima e também acusada de participação no crime. Investigações indicam que ela contratou as gêmeas Ana Paula e Roberta para matarem o próprio pai por R$ 4 mil. A polícia se baseia em troca de mensagens entre as gêmeas pelo WhatsApp para chegar a essa conclusão.
Hayder Mhazres – O tunisiano de 21 anos com quem Ana Paula mantinha um relacionamento morreu após passar mal quando a estudante estava com ele, no dia 23 de maio, em São Paulo. Para a polícia, o jovem também morreu por envenenamento, assim como as outras vítimas. Em depoimento, parentes da vítima dizem que Ana Paula teria ligado para dizer que estaria grávida e para pedir dinheiro. Segundo a investigação, ela mentiu sobre a gestação.