Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Unicef: mais de 200 crianças foram mortas nos últimos dois meses no Líbano

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Terça, 19 de Novembro de 2024 às 14:32, por: CdB

O conflito de mais de um ano no Líbano se transformou em uma guerra total no final de setembro, quando Israel lançou uma grande ofensiva contra o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã.

Por Redação, com Reuters – de Beirute

Mais de 200 crianças foram mortas e 1,1 mil ficaram feridas no Líbano nos últimos dois meses, disse um porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira.

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Mais de 200 crianças foram mortas e 1,1 mil ficaram feridas no Líbano nos últimos dois meses

O conflito de mais de um ano no Líbano se transformou em uma guerra total no final de setembro, quando Israel lançou uma grande ofensiva contra o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã.

– Apesar de mais de 200 crianças mortas no Líbano em menos de dois meses, um padrão desconcertante surgiu: suas mortes são recebidas com inércia por aqueles capazes de parar essa violência – disse o porta-voz do Unicef James Elder em uma entrevista coletiva em Genebra. “Para as crianças do Líbano, tornou-se uma normalização silenciosa do horror.”

Ele se recusou a comentar sobre quem foi responsável pelos assassinatos, dizendo que estava claro para qualquer um que acompanhe a mídia.

Elder disse que havia “semelhanças assustadoras” entre os conflitos no Líbano e em Gaza, onde uma parcela significativa das mais de 43 mil pessoas mortas na guerra de 13 meses entre Israel e Hamas são relatadas como crianças.

O Unicef está fornecendo apoio psicossocial às crianças e suprimentos médicos, refeições e kits de dormir para as centenas de milhares de crianças que fugiram dos combates.

– No Líbano, muito parecido com o que acontece em Gaza, o intolerável está silenciosamente se transformando em aceitável – acrescentou ele.

Líbano e Hezbollah

O Líbano e o Hezbollah concordaram com uma proposta dos EUA para um cessar-fogo com Israel, com alguns comentários sobre o conteúdo, disse à agência inglesa de notícias Reuters um alto funcionário libanês nesta segunda-feira, descrevendo o esforço como o mais sério até o momento para encerrar os combates.

Ali Hassan Khalil, assessor do presidente do Parlamento Nabih Berri, disse que o Líbano entregou sua resposta por escrito ao embaixador dos EUA no Líbano nesta segunda-feira, e o enviado da Casa Branca, Amos Hochstein, estava viajando para Beirute para continuar as reuniões.

Não houve comentário imediato de Israel.

O Hezbollah, organização fortemente armada apoiada pelo Irã, endossou seu antigo aliado Berri para negociar o cessar-fogo.

– O Líbano apresentou seus comentários sobre o documento em uma atmosfera positiva – disse Khalil, recusando-se a dar mais detalhes. “Todos os comentários que apresentamos afirmam a adesão precisa à Resolução 1701 (da ONU) com todas as suas provisões”, disse.

Ele se referia à Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou uma guerra anterior entre o Hezbollah e Israel em 2006.

Khalil disse que o sucesso da iniciativa agora depende de Israel, afirmando que se o país não quiser uma solução, “poderá criar 100 problemas”.

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