Em sua publicação, Lindbergh afirma que a ação faz parte das tentativas consecutivas de ligação do atual governo com organizações do crime organizado: “Bolsonaristas, com apoio de setores da imprensa, fabricaram um escândalo para tentar desgastar o governo do presidente Lula. Canalhice da pior espécie!”.
Por Redação - de Brasília
Em mensagem pelas redes sociais, nesta quinta-feira, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) repudiou a tentativa de envolvimento dos ministros Flávio Dino e Silvio Almeida com a vinda da suposta “dama do tráfico”, Luciane Barbosa - mulher do apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas -, à Brasília para um encontro com autoridades do governo federal.
Em sua publicação, Lindbergh afirma que a ação faz parte das tentativas consecutivas de ligação do atual governo com organizações do crime organizado: “Bolsonaristas, com apoio de setores da imprensa, fabricaram um escândalo para tentar desgastar o governo do presidente Lula. Canalhice da pior espécie!”.
Aos repórteres que a procuraram, Barbosa já havia comentado que estavam usando seu nome para repercussão.
— Pessoas estão usando minha cabeça como cristo para atacar o atual governo e Dino, que de fato nunca me recebeu — esclareceu.
Inteligência
Com a repercussão da notícia, o governo do Amazonas confirmou que a ida de Luciane a Brasília foi indicada pelo Comitê Estadual para o Encontro de Comitês e Mecanismos de 2023. Na última segunda-feira, o diário conservador paulistano O Estado de S.Paulo (OESP) publicou que secretários do Ministério da Justiça receberam, dentro do prédio sede da pasta, na Capital Federal, a mulher de um líder de facção criminosa.
Segundo o veículo da mídia de ultradireita, Luciane Barbosa Farias, conhecida como ‘dama do tráfico amazonense’, esteve com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, no dia 19 de março, e com o secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandani, em 2 de maio.
Em resposta ao jornal, o Ministério da Justiça informou que Luciane integrou uma comitiva de advogados e que era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente sua presença. O secretário Elias Vaz assumiu a responsabilidade e, pelas redes sociais, informou que recebeu solicitação de audiência por parte de Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim).
Fake news
Segundo Vaz, Luciane estava como acompanhante de Janira e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário, representando a Associação Instituto Liberdade do Amazonas.
— Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que procurasse a Secretaria Nacional de Políticas Penais. Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a marca da seriedade. Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas — afirmou Elias Vaz.
Na reportagem do OESP, não há referência de que Flávio Dino recebeu Luciane, apenas que ela esteve em reuniões dentro do ministério. Entretanto, a história vem repercutindo na mídia e nas redes sociais, com associações que, segundo Dino, ocorrem por conta de “vil politicagem”. O ministro também se manifestou pelas redes sociais e afirmou que a história de Elias é a verdadeira. Ele disse, ainda, que irá processar os autores das mentiras.