Rio de Janeiro, 07 de Dezembro de 2025

UE rejeita plano de paz dos EUA por considerá-lo concessão à Rússia

Ministros da UE criticam plano de paz dos EUA, considerando-o uma capitulação. Apoio à Ucrânia é divergente entre os países do bloco.

Sexta, 21 de Novembro de 2025 às 13:39, por: CdB

Para a maioria dos 27 países do bloco, o documento se assemelha mais a uma capitulação do que a uma solução duradoura para o conflito. Ainda assim, o apoio europeu a Kiev não é unânime.

Por Redação, com RFI – de Bruxelas

A proposta de um “plano de paz” apresentada por Washington à Ucrânia provocou forte reação entre os ministros das Relações Exteriores da União Europeia, reunidos em Bruxelas nesta sexta-feira.

UE rejeita plano de paz dos EUA por considerá-lo concessão à Rússia | Bombeiros ucranianos tentam controlar incêndio em um bloco residencial atingido por intenso ataque aéreo russo na cidade de Ternopil
Bombeiros ucranianos tentam controlar incêndio em um bloco residencial atingido por intenso ataque aéreo russo na cidade de Ternopil

Para a maioria dos 27 países do bloco, o documento se assemelha mais a uma capitulação do que a uma solução duradoura para o conflito. Ainda assim, o apoio europeu a Kiev não é unânime.

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, reforçou a posição: “A paz não pode ser a capitulação. Trabalhamos para apoiar a Ucrânia com um empréstimo de reparações que a protegerá de dificuldades financeiras nos próximos três anos. Espero que esse empréstimo seja aprovado antes do fim do ano. Queremos uma paz duradoura, cercada das garantias necessárias para evitar novas agressões da Rússia de Vladimir Putin”.

Pressão sobre Moscou

O ministro alemão Johann Wadephul também destacou que qualquer negociação sobre cessar-fogo ou futuro de paz duradouro na Ucrânia só pode ocorrer com a participação direta de Kiev e da Europa.

Para os europeus, a estratégia passa por aumentar a pressão sobre o Kremlin. As recentes sanções norte-americanas contra o petróleo russo, principal fonte de financiamento da guerra, foram vistas como um passo positivo.

– Espero que não seja a vítima que se veja com restrições à sua capacidade de se defender, mas o agressor é quem deve ter o potencial ofensivo limitado – declarou Radoslaw Sikorski, ministro polonês das Relações Exteriores.

Divergências internas

Nem todos os países compartilham dessa linha. O ministro húngaro Péter Szijjártó criticou o silêncio europeu diante de denúncias de corrupção envolvendo aliados do presidente ucraniano.

– Um sistema de corrupção foi instalado na Ucrânia no mais alto nível do Estado, onde o dinheiro dos contribuintes europeus foi enviado. Bruxelas deveria ter suspendido imediatamente os pagamentos e exigido prestação de contas – afirmou.

A Hungria, que frequentemente bloqueia medidas contra Moscou, busca apoio da República Tcheca e da Eslováquia para fortalecer dentro da União Europeia o eixo de oposição às iniciativas pró-Ucrânia.

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