Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Ucrânia volta a ser alvo de drones e mísseis hipersônicos russos

Em relação aos drones, os militares da Ucrânia esclareceram que 40 dos dispositivos eram do tipo kamikaze (sem retorno) Shahed e que 52 dos 67 foram interceptados, tendo 15 deles atingido nove localizações.

Segunda, 10 de Novembro de 2025 às 10:19, por: CdB

Em relação aos drones, os militares da Ucrânia esclareceram que 40 dos dispositivos eram do tipo kamikaze (sem retorno) Shahed e que 52 dos 67 foram interceptados, tendo 15 deles atingido nove localizações.

Por Redação, com Lusa e RFI – de Kiev

As Forças Armadas russas voltaram nesta segunda-feira a atacar a Ucrânia com dois mísseis hipersônicos Kinzhal, cinco mísseis teleguiados S-300 e S-400 e um total de 67 drones, anunciou a Força Aérea ucraniana em comunicado.

Ucrânia volta a ser alvo de drones e mísseis hipersônicos russos | Foram cinco mísseis e 67 drones, anunciou a Força Aérea ucraniana
Foram cinco mísseis e 67 drones, anunciou a Força Aérea ucraniana

Em relação aos drones, os militares da Ucrânia esclareceram que 40 dos dispositivos eram do tipo kamikaze (sem retorno) Shahed e que 52 dos 67 foram interceptados, tendo 15 deles atingido nove localizações.

Antes, o Ministério da Defesa russo declarou ter destruído 71 drones ucranianos em 10 regiões e na anexada península da Crimeia.

A mesma fonte especificou que 29 dos abatidos foram interceptados na área fronteiriça de Briansk, na qual tinham sido destruídos 43 aparelhos daqueles no dia anterior.

Guerra

Mais sete equipamentos semelhantes, que visam impactos em infraestruturas russas de produção e fornecimento de energia, foram derrubados na região de Kursk, além de três na Crimeia e mais sete ao largo do Mar Negro.

O objetivo das forças militares da Ucrânia, invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, é dificultar o reabastecimento do Exército inimigo e minar a capacidade de o país vizinho exportar petróleo bruto e produtos derivados, uma importante fonte de financiamento.

Rússia intensifica ataques à infraestrutura de energia da Ucrânia

A Ucrânia sofreu um novo ataque russo contra sua infraestrutura energética no último sábado, que deixou quatro mortos e provocou cortes no abastecimento de água e de eletricidade em várias regiões, incluindo a capital Kiev.

O Exército russo avança para tentar assumir o controle do importante ponto logístico de Pokrovsk, no leste, intensificando os bombardeios contra as instalações de gás e energia elétrica em todo o país. A estratégia gera o temor de outro inverno (hemisfério norte) difícil para os ucranianos.

– Os ataques russos voltaram a visar o cotidiano da população. Privam as pessoas de eletricidade, água e aquecimento, destroem infraestruturas essenciais e danificam as redes ferroviárias – declarou o ministro das Relações Exteriores, Andrii Sibiga.

A Rússia lançou 458 drones e 45 mísseis contra a Ucrânia, segundo a Força Aérea ucraniana, que anunciou ter derrubado 409 drones e nove mísseis.

– Os trabalhos de reconstrução continuam após o ataque noturno. Foi um ataque em larga escala, com muitos mísseis balísticos – explicou no Telegram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Em Dnipro, metrópole localizada no leste do país, um ataque com drones atingiu um edifício residencial de nove andares. Três pessoas morreram e várias ficaram feridas, segundo o prefeito Borys Filatov.

Outra pessoa morreu na cidade de Kharkiv, no nordeste do país, segundo Zelensky.

Consequências da falta de energia

Várias regiões, como Kharkiv e Kremenchuk, na região de Poltava, anunciaram cortes no abastecimento de eletricidade e água. Os cortes também afetaram Kiev e suas imediações, segundo a operadora privada DTEK.

Atrasos significativos foram relatados no sistema ferroviário, alertou o ministro da Reconstrução, Oleksii Kuleba, que acusou a Rússia de ter intensificado os ataques contra os depósitos de locomotivas.

Os drones atacaram instalações de energia no sul da Ucrânia, em Odessa, na última sexta-feira à noite, informou o governador da região, Oleh Kiper, no Telegram.

Como em cada onda de ataques, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que atingiu “empresas do complexo militar-industrial ucraniano e instalações de gás e energia que apoiam suas operações”.

Desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, a Rússia bombardeia quase diariamente as cidades ucranianas. Os ataques provocaram danos consideráveis em centrais de energia elétrica e infraestruturas de gás.

Segundo um relatório publicado em outubro pela Escola de Economia de Kiev (KSE, na sigla em inglês), mais de 25% da demanda de energia elétrica não será atendida durante o inverno.

Ucrânia mira exportações de petróleo russo

Os ucranianos respondem com ataques em território russo, cada vez mais distantes. O objetivo é prejudicar as exportações de petróleo russo e, dessa maneira, sabotar o financiamento da máquina de guerra russa.

Na madrugada de sábado, o governador da região russa de Volgogrado — a centenas de quilômetros da frente de batalha — Andrei Bocharov, relatou um ataque com drones contra infraestruturas energéticas, que provocou interrupções no abastecimento.

Com as negociações diplomáticas estagnadas, a maior parte dos combates acontece atualmente na região de Donetsk (leste da Ucrânia), onde fica a cidade de Pokrovsk, um importante centro logístico para as forças ucranianas, que pode cair nos próximos dias.

A tomada dessa cidade seria a maior vitória russa na Ucrânia desde as conquistas de Vuhledar, em outubro de 2024, e de Avdiivka, em fevereiro do mesmo ano.

O Exército russo controla quase 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014, segundo uma análise elaborada pela AFP com base nos dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), que trabalha em parceria com o Critical Threats Project (CTP).

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