Zelensky reiterou ainda o pedido para utilizar armas de longo alcance fornecidas pelos parceiros “não só no território ocupado da Ucrânia, mas também em território russo”.
Por Redação, com Lusa – de Berlim
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu nesta sexta-feira “mais armas” aos países aliados, que estão reunidos na Alemanha, para expulsar as forças russas do território ucraniano e em particular da região de Donetsk.
– Precisamos de mais armas para repelir as forças russas do país, especialmente na região de Donetsk – no leste da Ucrânia, disse o líder ucraniano durante reunião com representantes dos países que apoiam a Ucrânia, na base aérea norte-americana de Ramstein, no oeste da Alemanha.
– O mundo tem sistemas de defesa aérea suficientes para garantir que o terror russo não tenha resultados e peço que sejam mais ativos nesse trabalho conosco em matéria de defesa aérea – afirmou Zelensky.
Ele reiterou ainda o pedido para utilizar armas de longo alcance fornecidas pelos parceiros “não só no território ocupado da Ucrânia, mas também em território russo”.
O presidente ucraniano acrescentou que “é crucial que todas as armas dos pacotes de apoio já anunciados cheguem finalmente às brigadas de combate” e insistiu na necessidade de “decisões sobre [as armas] de longo alcance”.
Os aliados, incluindo os dois principais apoiadores, os Estados Unidos e a Alemanha, deram aprovação para atacar alvos em solo russo, sob certas condições, com algumas de suas armas, mas estão relutantes em generalizá-lo por medo de uma escalada com Moscou, que ameaça regularmente com o seu potencial nuclear.
Na mesma reunião, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou nova ajuda militar de US$ 250 milhões à Ucrânia.
– O presidente (norte-americano) Biden vai assinar novo pacote de assistência de segurança de US$ 250 milhões para a Ucrânia. Isso aumentará a capacidade para satisfazer as necessidades crescentes do país – disse Austin durante a reunião na base aérea dos EUA.
Embora reafirmem regularmente o apoio inabalável à Ucrânia, muitos governos enfrentam uma opinião pública dividida à medida que a guerra se arrasta.
É o caso da Alemanha, onde a extrema-direita, há muito criticada pelas suas ligações ao Kremlin, alcançou no domingo resultado histórico, ao vencer as eleições regionais na Turíngia, leste do país.
No projeto de orçamento para 2025, a Alemanha prevê redução significativa da ajuda à Ucrânia, de cerca de 8 bilhões para cerca de 4 bilhões de euros.
O presidente ucraniano vai se reunir com o chanceler alemão, Olaf Scholz, após a reunião na base aérea norte-americana.
Estados Unidos
A Ucrânia está preocupada porque novos pacotes de ajuda dos Estados Unidos podem estar em risco, devido a um possível regresso de Donald Trump ao comando do país, e a França, que com Berlim constitui a dupla líder da União Europeia, está há semanas numa crise política interna.
O encontro na Alemanha ocorre depois dos bombardeios do Exército russo na Ucrânia, especialmente de um instituto militar em Poltava, no centro, que deixaram pelo menos 55 mortos.
Depois da Alemanha, Zelensky vai à Itália para se encontrar com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e participar de fórum econômico internacional.